Quase 35% das escolas de Curitiba tiveram materiais furtados este ano

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A depredação e o furto de equipamentos nas unidades educacionais de Curitiba são problemas frequentes que alunos, professores, pais e funcionários têm enfrentado. Em menos de cinco meses, o ano de 2016 já contabiliza cerca de 135 arrombamentos seguidos de furto de materiais nas escolas e nos CMEIs da capital paranaense, segundo o levantamento sobre violência nas escolas realizado pelo SISMMAC.

Dentre as185 instituições, 64 delas (34,5% do total) sofreram com pelo menos um caso de invasão e furto neste ano. O cenário é mais grave na regional do Bairro Novo, onde 11 das 19 escolas (58%) registraram ao menos uma ocorrência. Nas regiões do CIC e do Portão, o percentual de escolas que já perderam equipamentos em 2016 é semelhante – e chega a 40%.

Outras regiões da cidade também relatam problemas parecidos. A Escola Municipal Professor Francisco Hubert, da regional Boqueirão, por exemplo, tem sido alvo de furtos semanais de patrimônio, de acordo com a diretora Claudia Simoni da Silva Ativo Costa. “A situação está bastante complicada”, avalia. Além das invasões nos finais de semana, quando a escola está vazia, a diretora relata que os assaltos frequentes dentro da escola fizeram com que medidas fossem tomadas para o aumento da segurança, como a instalação de novas fechaduras nas portas e a mudança do portão de entrada e saída dos alunos. “Nos dias de chuvas, era comum ter gente de fora entrando na escola junto com os pais e dando voz de assalto”, conta.

Diversas unidades informam ter sido vítimas de arrombamento e furto diversas vezes até meados do mês de maio. O CEI Eva da Silva, no Capão da Imbuia, é um exemplo. A diretora Danielle Fogaça Comassetto lembra que o crime foi frequente no último período de férias, ocasião em que diversos equipamentos de informática foram roubados. “E ainda não foram repostos”, ressalta. Ainda na regional do Cajuru, as escolas Michel Khury e Rachel Mader Gonçalves já foram furtadas cinco e sete vezes, respectivamente, desde o início de 2016.

Em outros casos, pessoas de fora conseguem invadir a escola e, mesmo que não levem materiais ou equipamentos, dão prejuízo por conta de janelas quebradas ou portas arrombadas. Os casos de vandalismo em ambiente escolar atingem 95 das 185 escolas, aproximadamente 51% do total. Na regional do Cajuru, 70% das escolas apresentam pichação ou sofreram com vandalismo neste ano. Nas escolas do Tatuquara (66%), Santa Felicidade (62,5%) e Boqueirão (61,9%), as estatísticas também são altas.

E as consequências muitas vezes vão além dos danos materiais. Na Escola Municipal Rio Negro, no Sítio Cercado, a quadra de esportes que se localiza do outro lado da rua está inutilizável por causa de atos de vandalismo. Já no CEI Francisco Frischmann, a dor de cabeça foi maior ainda: em um episódio neste ano, houve três arrombamentos à escola na mesma semana. Na última invasão, durante o final de semana, a caixa d’água foi danificada, o que resultou em uma grande inundação ao prédio. Houve perda total de duas salas.

As estatísticas levantadas mostram que as escolas, como parte integrante da sociedade, estão vulneráveis à criminalidade que nasce da desigualdade de uma estrutura dividida entre uma maioria de trabalhadores e uma minoria proprietária. Mesmo assim, é dever da Prefeitura garantir a segurança de alunos, professores e funcionários das unidades municipais de ensino. Quando há falha no sistema, as escolas deveriam receber um retorno mais ágil de modo que as perdas materiais não causassem ainda mais transtornos.

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