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Denúncia revela situação de abandono em escolas municipais de Curitiba

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Fundeb

Na reunião ordinária do Conselho do Fundeb realizada ontem (27), o SISMMAC apresentou duas denúncias graves sobre as condições de infraestrutura de unidades educacionais da rede municipal. 

Os relatos revelam negligência com a estrutura das unidades escolares, o que coloca em risco o processo de ensino-aprendizagem. 

Entre os casos denunciados, destacam-se a situação precária da Escola Municipal Duílio Calderari e problemas estruturais na nova UEI Vereador João Stival. Ambos evidenciam a urgência de medidas por parte das autoridades responsáveis.

 

Escola Municipal Duílio Calderari: abandono histórico e riscos à saúde

A Escola Municipal Duílio Calderari enfrenta problemas alarmantes, fruto de décadas de abandono. O prédio de madeira, com quase 70 anos, nunca passou por reformas estruturais. A barreira da escola é evidente: escadas estreitas que dificultam a circulação, ausência de iluminação adequada em diversos ambientes e paredes com buracos que não apenas comprometem a segurança, mas também a proteção contra intempéries.

A situação é agravada pela constante invasão de animais, incluindo ovelhas e vacas, por causa da falta de isolamento da área escolar. 

Esses problemas colocam em xeque a segurança das crianças, que estão expostas a riscos diários dentro de um espaço que deveria ser um ambiente de aprendizagem protegido e acolhedor.

O ponto mais alarmante, entretanto, é a infestação de ratos. Apesar de a Escola já ter acionado o Núcleo Regional de Educação e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente para lidar com o problema, nenhuma providência concreta foi tomada até o momento. A presença desses roedores representa uma séria ameaça sanitária, com risco de propagação de doenças graves, como leptospirose e hantavirose.

O SISMMAC ainda questionou o andamento das obras prometidas para a Escola Municipal Duílio Calderari. Apesar de a comunidade escolar ter recebido a notícia de que houve aprovação de crédito e conclusão do processo de licitação para reformas e ampliação, a execução das obras permanece paralisada. A ausência de informações claras e a demora na implementação geram indignação.

O sindicato destacou a necessidade de maior transparência e comunicação sobre os prazos e as ações planejadas. Foi solicitado que o Conselho do Fundeb interceda para obter informações detalhadas sobre o cronograma da obra e fornecer uma solução definitiva para a infraestrutura precária da escola. A comunidade escolar exige que os recursos já aprovados sejam utilizados de forma eficiente e que as reformas sejam iniciadas o mais rápido possível.

 

Segunda denúncia: condições insustentáveis ​​em escola que será inaugurada

A segunda denúncia apresentada pelo SISMMAC ao Conselho do Fundeb trata-se da UEI Vereador João Stival, recém-construída, que já está em funcionamento. A inauguração oficial está prevista para 9 de dezembro, mas já começou a receber alunos na última segunda-feira (25), mesmo com estruturas inadequadas, que comprometem a segurança e o bem-estar dos estudantes e da equipe que trabalha na unidade.

 

Falta de água potável: um problema alarmante

A forma como as crianças foram recebidas na escola é inaceitável: sem água potável para consumo. Desde o início das aulas, o abastecimento não está funcionando, obrigando a improvisação com dois galões de água, transportados diariamente. Esses galões, além de insuficientes, esquentam rapidamente no calor intenso, deixando as crianças e professores em condições insalubres. 

Essa situação é inaceitável, especialmente em um período de altas temperaturas, em que a hidratação adequada é essencial para a saúde. Sem água potável e fresca, as condições de ensino e aprendizagem se tornam insalubres, expondo a comunidade escolar a riscos de saúde e desconforto extremos.

 

Superlotação e espaços inadequados

Outro problema grave enfrentado pela escola é a superlotação. O prédio foi projetado com uma sala de aproximadamente 28 m², que comporta, no máximo, 15 alunos de forma adequada. As demais salas são ainda menores. No entanto, a Prefeitura quer alocar até 30 alunos por sala, gerando um ambiente superlotado que compromete a qualidade do ensino e o conforto dos estudantes.

Essa inadequação não apenas torna o espaço físico insalubre e desconfortável, mas também dificulta o trabalho dos professores, que precisam lidar com turmas grandes em salas pequenas e mal ventiladas. A falta de ventiladores ou sistemas de ar-condicionado agrava a situação, transformando as salas de aula em ambientes quentes e abafados, especialmente em dias de calor intenso.

 

Outras falhas estruturais

Além da falta de água potável e da superlotação, a escola enfrenta outros problemas que comprometem sua funcionalidade. A ausência de internet e telefone limita o suporte administrativo e pedagógico, dificultando a comunicação com os pais e a execução de atividades que dependem de tecnologia.

A área externa também apresenta problemas: não há espaço com sombra suficiente para que os alunos possam se proteger do sol durante o lazer ou atividades ao ar livre. A proximidade com ruas movimentadas, sem infraestrutura adequada como calçadas largas e sinalização, aumenta os riscos de acidentes nos horários de entrada e saída.

Além disso, o espaço do refeitório é insuficiente para comportar as crianças. Na hora do recreio, é necessário fazer o revezamento das turmas.

 

Planejamento falho e cobrança por soluções

O SISMMAC criticou duramente o planejamento dessa unidade escolar e destacou a irresponsabilidade de colocar a escola em funcionamento antes de garantir condições mínimas de infraestrutura. 

Diante da situação, o sindicato exige soluções imediatas, incluindo:

  • Regularização urgente do abastecimento de água potável.
  • Revisão do número de alunos por sala, adequando a ocupação ao tamanho dos espaços.
  • Instalação de ventiladores ou sistemas de ar-condicionado para melhorar a ventilação nas salas.
  • Criação de áreas externas sombreadas para atividades recreativas e educativas.
  • Melhorias na infraestrutura de segurança externa, como calçadas e sinalização.

Educação pública em xeque

O caso dessa escola nova reflete falhas graves na gestão e execução das obras. A combinação de planejamento inadequado e negligência nas condições básicas de funcionamento expõe alunos e professores a situações desumanas e prejudica o processo de ensino-aprendizagem.

 

Um alerta para a sociedade

A denúncia do SISMMAC é um chamado à ação para que as autoridades de Curitiba tratem a educação como prioridade. As situações relatadas na UEI Vereador João Stival e na Escola Municipal Duílio Calderari são apenas uma parte dos problemas sofridos pela educação na nossa cidade. 

A comunidade escolar exige respostas rápidas e ações concretas para garantir que todas as crianças tenham acesso a um ambiente seguro e propício ao aprendizado. Da mesma forma, é obrigação da Prefeitura garantir condições de trabalho adequadas para as equipes profissionais nas escolas.

Sem investimentos adequados e uma gestão comprometida com o bem-estar da população, o direito à educação de qualidade na nossa cidade continuará sendo comprometido. É essencial que a população curitibana se mobilize e cobre soluções imediatas para essas questões.

Fonte: Sismmac

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