• Home
  • »
  • Notícias
  • »
  • Sem prevenção, Curitiba deixa áreas pobres alagadas (de novo)

Sem prevenção, Curitiba deixa áreas pobres alagadas (de novo)

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram
Sem prevenção, Curitiba deixa áreas pobres alagadas

O verão no Brasil, especialmente no Sul e Sudeste, é invariavelmente bastante chuvoso no mês de janeiro. Mesmo assim, os avisos não parecem ter sido suficientes para o governo municipal de Curitiba ou para a gestão estadual, que não se planejaram nem investiram no combate às enchentes.

Sem as autoridades cumprindo com suas obrigações, a cidade voltou a ficar submersa após as fortes chuvas da quarta-feira (18).

Segundo dados da Defesa Civil, foram 43 residências alagadas e 35 árvores derrubadas. Um homem chegou a ser atingido por um raio no bairro Caximba, e a unidade de saúde no bairro Tarumã ficou completamente alagada.

Diante do caos novamente, as autoridades correm para as redes sociais para tentar desviar a atenção ou elaboram notas para imprensa culpando a chuva. Mas, se chove forte todo ano na mesma época e os problemas continuam acontecendo, por que não tomaram medidas para prevenir?

Porque as chuvas não alagam bairros que concentram as camadas mais ricas da cidade, como Batel, Campina do Siqueira, Ecoville, Cabral, Bigorrilho e Centro Cívico, por exemplo.

 

Sem obras ou planejamento

No final de 2021, a prefeitura de Curitiba anunciou que faria obras de drenagem nos bairros Cajuru, Centro, Alto da Glória e Bairro Alto, e também na Vilas Oficinas. Os resultados, porém, até hoje não foram vistos.

Obras similares no Rio Belém foram iniciadas em 2018 e ainda não foram concluídas. São obras que demoram e, em vez de escoar a água da chuva, escoam o dinheiro dos contribuintes curitibanos.

Especialistas no estudo de problemas urbanos ressaltam que, enquanto as enchentes atingem mais as regiões periféricas, a maioria das obras se concentram nas regiões centrais da cidade.

Se sequer há contenção para as (previsíveis) chuvas de verão, não há nem sinal também de outras ações que deveriam acontecer junto com a prevenção para tornar nossa cidade mais includente, como políticas de moradia, tratamento de esgoto, regularização fundiária, drenagem e criação de áreas verdes e de lazer, por exemplo.


Quando Greca era candidato, o discurso era outro

“Curitiba alaga agora até onde não temos rios. Bueiros entupidos por entulhos, lixo e caliça flagelam nosso povo. Limpar bueiros é dever da Prefeitura. Ou existe um projeto de Curitiba capital do surfe no asfalto?”

O desabafo poderia ser atual e voltado à gestão do prefeito Rafael Greca, mas, na verdade, essa fala foi do próprio Rafael Greca em 2015, quando ensaiava sua candidatura à Prefeitura.

Enchentes e alagamentos podem ser decorrentes tanto das cheias e do transbordamento dos rios que permeiam nossa cidade como em função do acúmulo de água ou entupimento de canais e bocas de lobo.

Segundo dados da Defesa Civil, entre 2019 e 2021 ao menos 12 mil pessoas foram atingidas por enchentes e inundações em Curitiba.

Além das obras paliativas de drenagem e limpeza de rios, córregos e bueiros, são urgentes soluções de longo prazo e integradas a um planejamento sustentável e inclusivo da cidade.

Posts Relacionados