Como forma de apoio à greve dos excluídos, que completa dois meses no próximo dia 5, servidores municipais de saúde decidiram fazer uma paralisação de 30 minutos no dia 1o de fevereiro para pressionar a Prefeitura. A paralisação deve ocorrer entre 7 horas e 7h30 nas unidades básicas e das 19 horas às 19h30 nos Cmum`s. Servidores conversarão com a população durante o ato, levando informações sobre a greve que se prolonga devido ao descaso da prefeitura.
A decisão feita em assembleia geral realizada no Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) é um ato de solidariedade aos excluídos, como são chamados os trabalhadores de 39 categorias da área de saúde que não tiveram sua jornada de trabalho reduzida para 30 horas.
Histórico da greve
A greve dos excluídos se estende por 58 dias, sem qualquer posição oficial da administração a respeito da pauta. A prefeitura alega que só poderá discutir o tema depois do dia 2 de fevereiro.
Os cerca de 1.200 trabalhadores em greve reivindicam sua inclusão no projeto de lei que reduziu a jornada de trabalho dos profissionais da saúde de 40 para 30 horas semanais. Em 6 de dezembro, a lei foi votada para cinco carreiras, o que abrange cerca de seis mil servidores, excluindo os 12% restantes.
Apesar de a reivindicação representar um pequeno impacto orçamentário para o município, a Prefeitura tem sido intransigente e se nega a antecipar a negociação. A administração ameaçou descontar os dias parados – o que seria um ataque ao direito de greve dos servidores –, mas foi impedida por uma liminar da Justiça.
Intransigência
Trabalhadoras encontraram o prefeito Luciano Ducci almoçando em um shopping no último dia 25, quando os “excluídos” realizaram um almoço no Museu do Olho e protocolaram mais de seis mil assinaturas de cidadãos que apóiam o movimento. Elas questionaram o prefeito sobre porque a mesa de negociação não poderia ser antecipada, mas Ducci permaneceu calado. O secretário de governo Luiz Fernando Jamur afirmou que não há nenhum impedimento para que a mesa ocorra nesse dia, mostrando a intransigência da prefeitura.
No dia 27 de janeiro, quando a greve completou 54 dias, uma manifestação foi feita na Boca Maldita. Ironicamente, nessa mesma data o prefeito Luciano Ducci estava na Europa para fazer propaganda do programa “Mãe Curitibana”, enquanto os trabalhadores que constroem o programa estão paralisados. No domingo, dia 29, uma caminhada dos excluídos foi feita no Parque Barigui, com a presença de familiares dos servidores em greve.
Veja também:
Nota de apoio da direção do SISMMAC à greve dos servidores municipais