Em assembleia realizada no final do dia 20, os servidores municipais presentes na paralisação de 24 horas aprovaram um indicativo de greve. O movimento pode ser deflagrado no início do mês de agosto, caso não haja avanços nas reivindicações da categoria. A principal exigência é a incorporação dos R$ 250 de remuneração variável aos salários para todos os servidores. A decisão foi tomada por unanimidade, em frente à Câmara Municipal, após as negativas do prefeito e da maioria dos vereadores em melhorar os projetos que alteram condições de trabalho.
Os servidores concentraram-se no entorno da Câmara Municipal no período da tarde, logo após uma passeata realizada por ruas do centro da cidade.
Surpreendentemente, ao chegarem no local, foram impedidos de entrar no auditório, ao contrário de cargos comissionados, que ocuparam boa parte do espaço. O fato não impediu que os servidores fizessem muito barulho com apitos e palavras de ordem em protesto.
Para a secretária de comunicação do Sismuc Alessandra Cláudia de Oliveira, a paralisação atingiu o objetivo. “Foi significativo, porque a gente precisava dar um susto nesse prefeito. Cada vez mais os servidores estão entendendo que é preciso se mobilizar e erguer a cabeça para conquistar as coisas. Eu acho que a categoria conseguiu entender a verdadeira cara da gestão Beto/Ducci”, diz. Ainda segundo ela, o protesto marca o descontentamento da categoria para com a política do prefeito.
Cerca de mil pessoas participaram da concentração e da passeata. Segundo estimativa da diretoria do sindicato, cerca de 50% dos servidores aderiram ao movimento, em protesto aos baixos salários. O levantamento foi realizado após a visita nos locais de trabalho iniciada às 6 horas da manhã.
Sem avanço
Em reunião realizada entre servidores e os secretários Maria do Carmo de Oliveira, de recursos humanos, e Luiz Fernando Jamur, de governo, nenhum avanço foi registrado. Os trabalhadores defendem o aumento salarial por meio da incorporação das remunerações variáveis. Uma das questões mais apontadas foi o fato de que a maior parte dos servidores não foi incluída no “pacotinho” de Luciano Ducci. O encontro foi resultado da paralisação.
“Nós não queremos que apenas os médicos e procuradores ganhem bem. Mas queremos que todos sejam tratados da mesma forma, tenham os mesmos avanços”, destacou a secretária de assuntos jurídicos do Sismuc Irene Rodrigues. O sindicato defende que os projetos encaminhados à câmara sejam melhorados. Dentre as medidas possíveis está a incorporação gradual destas remunerações.
Textos: Guilherme Gonçalves / Foto: André Rodrigues do Dept. de Comunciação do Sismuc