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Servidores da educação propõem adiamento de eleições nas escolas

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Nesta quinta-feira (17), funcionários
de escolas, professores e direções escolares se reuniram em assembleia virtual para
discutir a proposta de alteração na lei da eleição de direção escolar e
decidiram pela prorrogação dos mandatos por mais um ano e também que qualquer alteração
na lei seja amplamente debatida em 2022.

Com a piora constante e crescente
da pandemia, as trabalhadoras e trabalhadores entenderam que a realização do
processo eleitoral esse ano prejudica a reorganização pedagógica frente aos
grandes desafios que o retorno presencial trará após um ano e meio de ensino
remoto e ainda que um evento desse porte trás sérios riscos sanitários para
comunidade escolar, já que envolve centenas de pessoas.

De acordo com levantamento
realizado pelos sindicatos, mais de 79% das escolas teria pelo menos um membro
da direção atual inelegível se as eleições ocorrerem esse ano, ou ainda, como é
o caso de dezenas de escolas, ambos os membros já reeleitos não poderiam se
candidatar como determina a lei. Isso provocaria uma grande substituição nas
direções escolares num momento difícil que, com certeza, não é o melhor para
ocorrer tantas trocas. O que significa que, em meio ao retorno híbrido das
aulas, as trabalhadoras e trabalhadores ainda teriam que se desdobrar para
garantir a reorganização pedagógica e o processo eleitoral ainda em 2021.

Por isso, a posição dos
servidores da educação é de que o processo eleitoral seja adiado até o início
do próximo ano. O mais importante neste momento é a garantia de um retorno
presencial seguro somente após as duas doses da vacina e com a pandemia
controlada na cidade. Dessa forma, professores, professoras, equipe pedagógica
e demais trabalhadores, podem focar somente no andamento das escolas e seus
desafios.

Proposta
da retomada da “dobradinha” com alteração da Lei 14.528/14

Na assembleia, os servidores da
educação também definiram a necessidade de aprofundar o debate sobre o projeto
de lei que propõe o retorno da “dobradinha”.
A alteração na Lei 14.528/14
proposta por Tico Kuzma (Pros) e Pier Petruzzielo (PTB) não passou por nenhum
debate com os trabalhadores da educação e segue tramitando pelas comissões da
Câmara Municipal.

A lei aprovada em 2014 foi
resultado de um amplo debate no qual mais de 74% da categoria votou pela
garantia de alternância no cargo de direção com o fim da “dobradinha”.
Por
isso os trabalhadores presentes na assembleia entenderam que este projeto não
deve ir adiante na Câmara Municipal neste ano
. Para qualquer alteração na
lei neste sentido se faz necessário debatermos o projeto amplamente para que
tenhamos uma posição democrática da comunidade escolar e por isso, o debate
deve ser feito após a vacinação de grande parte da população e um maior
controle da pandemia, o que deve ocorrer apenas em 2022.

Sobre o projeto de lei a própria
Secretária de Educação respondeu oficialmente a Câmara de vereadores que é a
favor de se promover um amplo debate e consulta a todos os segmentos de
profissionais nas unidades escolares possibilitando o processo democrático.

Com um retorno das aulas
desastroso no início do ano, as escolas e CMEIs mostraram que não têm condições
de receber a comunidade escolar para realizar um debate dessa magnitude. Por
isso, é necessário respeitar os protocolos e manter a população em segurança.

A decisão da categoria vai contra
a postura antidemocrática que os vereadores autores do Projeto de Lei têm assumido.
Portanto, a posição dos trabalhadores da educação sobre
o adiamento do debate será levada para a Secretaria de Educação e para Câmara
dos Vereadores e esperamos que seja respeitada garantindo um debate amplo com a
comunidade escolar quando houver condições para que isto ocorra.

Entenda
a alteração

Essa não é a primeira vez que os vereadores Pier e
Tico Kuzma propõem a retomada da dobradinha. Em 2019, os vereadores formularam
a mesma proposta para alterar a Eleição de Diretores. A lei 14.528/14 permite
apenas uma reeleição consecutiva, independente do cargo que o professor ocupe
na direção da escola, e teria esse efeito prático pela primeira vez nas
eleições de 2020, dois mandatos após a mudança na lei.
A escolha das
direções no ano passado foi suspensa por conta da pandemia do novo coronavírus,
e está prevista para acontecer no final de 2021. Caso o Projeto de Lei em
tramitação seja aprovado, a ilegibilidade por um mandato que garante maior
alternância de pessoas nas direções nem chegará a acorrer, resultando no
retorno da “dobradinha” e possibilidade de continuidade no cargo por tempo
indeterminado.

Eleição
nos CMEIS e CMAEEs

Assim como a primeira proposta em 2019, o PL não
reconhece a necessidade de ampliação da gestão democrática na rede municipal de
ensino e não estende o processo de escolha das direções para os CMEIs e
CMAEEs. Na justificativa, os vereadores afirmam que a indicação da direção
pela Secretaria Municipal de Educação para a direção da escola, na falta de
candidatos, seria “algo indesejável num processo de gestão democrática, pois
essa escolha não será feita com a participação da comunidade escolar”. A
defesa é contraditória uma vez que essa justificativa não se aplica a todas as
unidades escolares do município.

A eleição para direção nos CMEIs e CMAEEs é uma pauta antiga do SISMUC e do SISMMAC. Queremos que se cumpra o que já está previsto no Plano Municipal de Educação, e que simplesmente não acontece. A Prefeitura nunca demonstrou interesse em fazer uma consulta pública sobre isso. Nos mais de 200 CMEIs da rede municipal e nos nove CMAEEs não existe eleição para direções da unidade. Isso significa que em mais da metade da rede não há consulta pública para a escolha dos diretores, mas indicação direta da SME! Estamos na luta para que a gestão democrática aconteça em todas unidades da rede municipal de ensino.

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