O SISMMAC realizou, no último sábado (5), um seminário voltado para os candidatos que irão concorrer à eleição para diretores e vice-diretores, que acontece no próximo dia 26 de novembro. O evento reuniu cerca de 70 professores e teve com objetivo aprofundar a discussão sobre o papel do diretor no desenvolvimento de uma gestão democrática.
A direção do SISMMAC deu início ao debate apresentando os mecanismos existentes hoje na estrutura da administração municipal que atuam para manter os problemas vividos em sala de aula sufocados dentro dos limites das escolas. A pressão exercida por cada patamar da hierarquia visa silenciar as questões que podem gerar insatisfação popular ou afetar a imagem da cidade, empurrando parte os problemas estruturais da educação pública – como a falta de recursos e falta de professores – para serem resolvidos de forma parcial nas escolas.
Para o SISMMAC, o diretor é um representante eleito pelo conjunto dos trabalhadores da educação e pela comunidade. Por isso, seu papel deve ser o defender a qualidade da educação pública e de agir como parceiro na defesa dos interesses da comunidade que o elegeu.
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Gestão Democrática
Além do debate sobre o papel do diretor, o Seminário contou também com uma palestra sobre Gestão Democrática com o professor Airan Lima, da Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais de Educação do Distrito Federal e integrante da Associação Nacional de Políticas e Administração da Educação (Anpae).
Lima falou sobre o histórico do conceito de gestão democrática, explicando que a escolha de diretores no Brasil foi feita por nomeação ou indicação política até o processo de redemocratização do país, quando os movimentos sociais colocaram em pauta a participação dos trabalhadores e da comunidade na definição do projeto político-pedagógico e na gestão do ambiente escolar.
“Vocês estão se dispondo a ir para um cargo em que cargo em que a estrutura de poder pensa em cooptá-los. Vocês serão eleitos democraticamente, mas os secretários costumam pensar que os diretores devem algo para ele. Vocês irão apresentar uma proposta para a comunidade, que irá elegê-los e por isso é a essa comunidade que vocês devem alguma coisa. Ninguém pode ter dois senhores”, defende.
Para lidar com a pressão vinda da estrutura de poder, Lima aponta a necessidade de o diretor se apoiar nos mecanismos de gestão democrática: grêmio organizado, fortalecimento do Conselho de Escola e dos espaços colegiados. “Esteja sempre com a comunidade. Entre acertar sozinho e errar com a comunidade, escolha sempre estar com a comunidade”, avalia.
A decisão e organização coletivas fortalecem o diretor a cobrar, junto com os demais trabalhadores e com os pais de alunos, que a administração municipal, de fato, intervenha para resolver os problemas acumulados nas escolas. “Alguns conflitos vocês irão conseguir resolver só no âmbito da escola, outros vão demandar uma ação coletiva da escola”, defende.