Para retomar as discussões sobre a construção do Plano Municipal de Educação, o Sismmac promoveu na segunda-feira, 25 de outubro, o 6º Seminário dos Trabalhadores de Educação – Organização do Trabalho Pedagógico.
As atividades foram realizadas no Anfiteatro 100, do setor de Humanas, na Reitoria da Universidade Federal do Paraná. Pela manhã ocorreram debates com painelistas convidadas. À tarde, em plenária, foi feita a revisão das propostas da categoria para o Plano Municipal de Educação.
Diretora do Setor de Educação da UFPR, Andréa Caldas foi uma das expositoras do tema do evento. Partindo da constatação de que em pleno século 21, Curitiba ainda não tem um plano de educação, a professora lembrou que historicamente a educação não fez parte da construção do país. A educação foi sempre fragmentada, dirigida a uma elite. Somente na década de 1930, com a industrialização, começou um movimento para se inserir a educação num projeto de desenvolvimento nacional.
Andréa Caldas
Em 1827 D. Pedro I assinou a primeira lei de educação para todo o império. “Mas já em 1834 a regência definiu que cada província vai prover a educação como lhe convier”, ressaltou Andréa, para mostrar que a visão fragmentada e descontínua que temos hoje é uma herança forte a ser superada.
Marlei Fernandes apresentou argumentos que deram sequência à exposição de Andréa Caldas. Ela é presidente da APP-Sindicato e coordena o Fórum Paranaense em Defesa da Escola Pública. Para Marlei, falta uma política que estruture o projeto educacional no Brasil. Que vença a fragmentação das medidas, como a adoção do turno de cinco horas, o treinamento para responder a provinha do Ideb, etc, observados na rede municipal de Curitiba.
Marlei Fernandes
E para desenvolver essa política é preciso melhores condições para se fazer o debate da educação nas escolas e na sociedade, pois somente com a participação pública na definição da política educacional se poderá elaborar um projeto consistente. É também necessário se assegurar mais investimento. “Recursos que a direita destina para outras prioridades, que não o público”, afirmou.
Em sua fala, a professora Ana Lúcia Zambão comentou sobre a educação no momento político eleitoral. Com Dilma, a perspectiva é a continuidade do processo iniciado com a Conae e a construção do PNE dentro de um Sistema Nacional Articulado de Educação. Já o candidato da oposição apresenta a mesma velha visão fragmentada e descontínua de educação. “Propõe dois professores por sala de aula. Não seria melhor diminuir o número de alunos por sala? Ou vai aumentar a quantidade de alunos nas salas?”, questiona. Ana Lúcia é professora licenciada da rede municipal de Araucária e assessora a vereadora professora Josete.
Aline Vernick Carissimi
Representante do magistério no Conselho Municipal de Educação, Aline Vernick Carissimi relatou a situação atual do Plano Municipal de Educação. O CME, onde professores e educadores são minoria, decidiu delegar a organização da Conferência Municipal de Educação e a elaboração do Plano Municipal de Educação à Secretaria da Educação.
A SME criou uma comissão para estes trabalhos. Ninguém sabe como foi constituída, o que está sendo discutido, como, para quando e de que forma isto será feito. No meio deste ano as escolas foram surpreendidas com atividades que fariam parte da construção do PME. O desconhecimento de como isto foi inserido no processo é generalizado.
Por este motivo, o seminário foi importante. Foram debatidas e atualizadas as propostas dos professores municipais para o Plano de Educação.
Prestigiaram o seminário representantes da Associação de pais, dos Conselhos Estadual e Municipal de Educação, da APP-Sindicato e Fórum Paranaense em Defesa da Escola Pública, a vereadora professora Josete, Sismuc e CUT.