Na terceira semana de abril a direção do Sismmac foi procurada por diversos professores que reclamavam a perda da permanência em função da aplicação e da correção das provas de avaliação da SME.
A reunião de 22 de abril do Conselho de Representantes discutiu o assunto e deliberou que a direção sindical cobraria uma postura da SME. Também orientou os professores que se sentissem prejudicados com a perda da permanência a fazerem anotação no livro ponto e, se não fosse possível, no livro ata. O objetivo era apenas documentar o problema para o caso do professor querer reclamar seu direito.
Nas orientações para a semana de provas, a Secretaria da Educação não tratou do assunto permanência. Apenas exigia a presença dois professores em sala. Mas, como é crônica a falta de profissionais na rede, direções de escolas optaram por convocar os professores em horários de permanência. À direção do Sismmac, a superintendência da SME garantiu que repassaria às escolas a orientação para que não retirassem a permanência.
Este assunto motivou muitas mensagens ao Sismmac pela internet. Numa delas, a professora W* informou que em sua escola a direção não aceitou discussão, nem negociação para se rever a organização interna para a aplicação das provas. “Todos estão insatisfeitos, já questionaram, se opuseram e nada adiantou”.
Segundo ela, em reunião, a chefe de núcleo garantiu a permanência. Já a direção disse o professor trocará esse por outro dia de permanência. “Quando?”, questiona a professora, atentando para a falta de datas no calendário.
“Planejamento só daqui a um mês, pois nos foi dito que precisamos dar conta da correção, registros, tabulação e tudo mais. É claro que não vamos deixar de dar aula, de corrigir cadernos, atender pais e alunos, cuidar do reforço, pois não há corregentes suficientes”, protesta a professora W, já prevendo o trabalho que precisará desenvolver em casa para não faltar com seus alunos.
A carência de profissionais também é criticada pela professora Y*. Ela escreveu ao sindicato afirmando que “muitas escolas não têm permanência desde o início do ano, onde professores tem que planejar [suas atividades] em casa”.
A alternativa proposta pela professora Y é a mesma defendida pela direção do Sismmac, que é melhorar o redimensionamento. A pauta de reivindicações da categoria apresenta uma planilha com a indicação de profissionais necessários para melhorar a qualidade da educação.
Nas tentativas de negociação em março, a administração municipal negou-se discutir qualquer mudança no dimensionamento atual. Diante disto, para evidenciar a necessidade de se rever o dimensionamento, o sindicato adota a postura de não tolerar medida da SME, do Núcleo ou de direção de escola que aumente a sobrecarga de trabalho ou retire algum direito, como a permanência.
* Preferimos omitir o nome das professoras para não expô-las e porque não temos autorização para identificá-las.