O cerco ao WikiLeaks
Antonio Luiz M. C. Costa – Carta Capital
Julian Assange é hoje um preso político, detido sob o mesmo tipo de falso pretexto que é devidamente ridicularizado quando usado para se deter um dissidente russo, chinês ou iraniano. Fosse os segredos de algum desses países que tivesse revelado, o fundador do WikiLeaks seria candidato automático a um Nobel da Paz.
Entrevista com Julian Assange
Em entrevista, Assange nega acusações e diz que ‘é fascinante ver os tentáculos da elite americana corrupta’
O fundador do site Wikileaks, Julian Assange, falou com exclusividade a Natalia Viana, do Opera Mundi, na segunda-feira, dia 06. Assange não escondeu a irritação com o congelamento de sua conta bancária na Suíça, por estar registrada em um endereço local, apesar de ele não morar mais no país europeu e com outras ações tomadas contra a organização desde o lançamento de documentos sigilosos de embaixadas dos Estados Unidos.
Piratas vingadores e espiões em diligência
Libération, Paris, pela www.presseurop.eu/pt
Para o célebre romancista e intelectual Umberto Eco, o caso WikiLeaks faz ressaltar a hipocrisia que rege as relações entre os Estados, os cidadãos e a Comunicação Social e prefigura um regresso a métodos arcaicos de comunicação.
Umberto Eco
O caso WikiLeaks tem uma dupla leitura. Por um lado, revela-se um escândalo aparente, um escândalo que só escandaliza por causa da hipocrisia que rege as relações entre os Estados, os cidadãos e a Comunicação Social. Por outro, anuncia profundas alterações a nível internacional e prefigura um futuro dominado pela recessão.