Manter as escolas organizadas no pós-greve e intensificar a mobilização para avançar nas reivindicações que ainda não foram atendidas. Essa foi a conclusão final das professoras e professores que participaram da reunião do Conselho de Representantes (CR), realizada no dia 4 de abril.
A reunião contou com a participação de representantes de 78 escolas. No maior CR dos últimos anos, os representantes fizeram um balanço da mobilização construída ao longo da Campanha de Lutas de 2012 e apontaram propostas para a continuidade do movimento.
Durante o encontro, os representantes foram unânimes na análise de que as conquistas obtidas com a greve se devem à forte participação e mobilização do conjunto da categoria e à organização das escolas nesse processo. Na construção da greve, o representante fez mais do que apenas repassar os informes do Sindicato; ajudou a mobilizar e a organizar os professores da unidade para a luta. “A tarefa do representante agora é fazer com que a luta continue”, avalia a professora Silmara Prestes, representante da Escola Municipal Araucária.
“Conquistamos novos direitos e agora devemos nos conscientizar e fortalecer cada vez mais nossa mobilização para manter os direitos adquiridos e para conseguir outros. Nossa luta não é só salarial é também por melhores condições de trabalho, para que o professor possa ter condições dignas de trabalhar em sala de aula, para que não adoeça e tenha possibilidade de ter uma realização profissional”, coloca Silmara.
A manutenção do debate crítico e da organização das escolas é fundamental não só para que a categoria avance nas reivindicações gerais que ainda não foram conquistadas. É também ferramenta essencial para que os professores de cada unidade escolar consigam enfrentam os problemas vividos no cotidiano do chão da escola, buscar melhorias para as péssimas condições físicas da escola, fiscalizar a ampliação da hora-atividade para que não haja retirada de direitos já assegurados e para coibir casos de assédio moral no trabalho.
“A greve mostrou que com união, nós temos mais força para reivindicar nossos direitos. Devemos continuar fortalecendo essa união, continuar a nossa luta para buscar melhorias para as nossas condições de trabalho e para a qualidade da educação de Curitiba”, aponta a professora Luciane Mery Lopes, representante da Escola Municipal CEI Francisco Meszner.
Avaliação da Campanha de Lutas
Durante o encontro, os professores avaliaram os diversos aspectos da Campanha de Lutas de 2012: conquistas obtidas com a greve e as reivindicações que ainda não foram atendidas; os erros e acertos cometidos na condução do processo; os mecanismos que impulsionaram a participação ativa do conjunto da categoria nas atividades.
Os apontamos levantados pelos representantes sindicais serão sistematizados pela direção do SISMMAC, juntamente com as avaliações que serão enviadas pelas escolas até o dia 10 de abril. Se a sua escola ainda não fez a avaliação da Campanha de Lutas, clique aqui para fazer o download do formulário produzido pelo Sindicato para orientar o debate nas escolas.
Continuidade da luta
Barramos o Programa de Produtividade e Qualidade (PPQ). Com isso, derrotamos uma política de educação produtivista e meritocrática que prejudicaria nossas condições e relações de trabalho. Essa vitória, que tem uma importante repercussão nacional, nos permite continuar em luta sem novas amarras que impediriam o movimento.
Conquistamos um reajuste salarial que praticamente zera nossas perdas históricas, o que nos coloca, daqui para frente, em um novo patamar de luta por aumento real. Também garantimos, jurídica e administrativamente, a ampliação da hora-atividade para 33,33% ainda em 2012.
Entretanto, com relação as demais reivindicações – defesa do ICS, reestruturação do Plano de Carreira, redução do número de alunos em sala de aula e redimensionamento de pessoal – conquistamos apenas compromissos vagos da Prefeitura. Essas deverão ser, em conjunto com a fiscalização da ampliação da hora-atividade, nossas reivindicações prioritárias para o próximo período.
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