A Prefeitura vem nos últimos meses promovendo o fechamento e a junção de turmas em diversas escolas, inclusive naquelas atendidas pelo Projeto Equidade. O Centro de Educação Integral do Expedicionário, que atende uma comunidade da Ferrovila, na regional do Portão, é uma das escolas que tem sofrido com esse problema.
A unidade faz parte do Projeto Equidade, projeto que existe a partir da necessidade de se pensar ações educacionais específicas levando em consideração o contexto sociocultural e econômico da região que a escola está. O Equidade se propõe a ofertar ações diferenciadas para contribuir com o aprendizado das crianças, como o atendimento mais individualizado e aulas de reforço.
Porém, o fechamento de turmas e a consequente lotação das outras salas de aula mostram que a Prefeitura não está preocupada de fato com a educação das nossas crianças. A própria Secretaria de Educação já admitiu que turmas com menos estudantes têm melhor aproveitamento, mas se esquece de aplicar na prática esse discurso. A administração municipal prefere fazer a junção das turmas ao invés de permitir maior qualidade no trabalho docente com redução do número de crianças por sala.
Falta de inspetores e problemas na infraestrutura afetam o dia-a-dia da escola
O CEI do Expedicionário também reivindica melhorias no pátio externo da escola e mais inspetores. A área externa da unidade sofre alagamentos periódicos, prejudicando o uso do espaço pelas crianças, que acabam se sujando de barro ou se molhando.
Já a falta de inspetores é sentida desde o início do ano na escola. Hoje, a unidade, que oferta educação integral, conta com apenas uma inspetora. A trabalhadora recebe ajuda das professoras durante o horário de recreio, almoço e saída das crianças, mas isso acaba sobrecarregando toda a equipe. Até o momento a Prefeitura não tem previsão de abertura de concurso para resolver a falta de inspetores.
Que equidade é essa?
Com todos esses problemas é difícil acreditar num projeto chamado equidade, que se propõe a superar as desigualdades educacionais. Afinal, como se espera melhorar o ensino e superar os problemas socioculturais do entorno da unidade quando não se garante nem as condições mínimas para manter a escola funcionando?
Ampliar e melhorar as condições de aprendizado dos estudantes mais frágeis socialmente passa obrigatoriamente por garantir o quadro completo de profissionais na escola, reduzir o número de estudantes em sala de aula, ampliar os recursos da verba da descentralização, garantir infraestrutura adequada das instalações escolares e investir no mínimo 30% para a educação pública ainda este ano.
Em 2014, o prefeito gastou em publicidade institucional sobre a educação um valor sete vezes maior do que o investido na capacitação do quadro de profissionais. Com esse dinheiro, duas quadras cobertas poderiam ter sido construídas. Ou seja, a Prefeitura tenta ocultar os problemas da realidade das unidades escolares com investimentos absurdos em propaganda, ao invés de investir nas reais necessidades dos estudantes da rede municipal de ensino.