Quem te viu, quem te vê: Terezinha Carmello

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Terezinha
Carmelo começou a lecionar na rede municipal de ensino em tempos difíceis. Era
o ano de 1974, a Ditadura Militar completava 10 anos, e a intervenção também
batia na porta das escolas.

Em tempos de
greve, Terezinha sempre fazia uma conversa com alunos e também com a família na
qual explicava a importância da luta. Numa dessas, foi repreendida pela direção
da escola, após ter sido delatada. “Me tiraram da sala e mandaram que eu
parasse de pedir apoio para nossa greve. Não tinha muita saída. Nessa época, o
grêmio da escola acabou e ainda não tínhamos o Sindicato”, relembra.

Os 31 anos em
que foi professora foram dedicados à Escola Municipal Papa João XXIII.
Terezinha foi uma das primeiras a trabalhar em um gabinete de orientação educacional,
uma das novidades da década.

A professora
conta que foi preciso começar do zero. “As escolas eram precárias e
desestruturadas, para se ter uma ideia, não tínhamos cadernos ou lápis”. Nessa
época, ela conta que a Associação de Pais e Mestres cumpriu papel fundamental
em conjunto com os professores para arrecadar recursos e melhorar a estrutura
da escola. “A dureza da nossa realidade fazia com que fôssemos muito engajados
e tivemos que lutar incansavelmente para que a Prefeitura assumisse a responsabilidade
pelas escolas da cidade”.

Outro fato
marcante vivido de perto por Terezinha não poderia deixar de ser a
transformação da Associação do Magistério Municipal de Curitiba (AMMC) em
Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (SISMMAC). As
lutas da década de 1980 e a Constituição Federal de 1988 permitiram que os
trabalhadores se organizassem em sindicatos, entre outras conquistas.

Terezinha sempre
foi representante de escola e durante a década de 1990 fez parte da direção do
Sindicato. “As lutas se fazem no dia a dia, seja da ativa ou aposentado. Só
conseguiremos vitórias se formos para as ruas, se estivermos unidos como um
todo”, considera a professora.

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