Desde o início de mês de outubro, os servidores municipais de Curitiba contam apenas com o Hospital Evangélico para prestar atendimento infantil em casos de urgência e emergências. Essa situação tem gerado acúmulo no Hospital e descontentamento para os servidores que precisam utilizar o serviço quando os filhos adoecem.
A professora Valquíria Vieira Paradela, da escola Durival de Brito, precisou levar a filha ao Hospital Evangélico, no dia 3 de novembro. “Fomos mal atendidos. A pediatra mal examinou a criança e disse que era uma virose comum. Indicou soro, mas minha filha continuou sentindo muita dor e vomitando. Ela só foi medicada porque eu cobrei, disse que era inadmissível alguém entrar e sair de um hospital e continuar com dor”, explica.
Valquíria conta que a filha foi liberada do Hospital Evangélico, mas, como continuava passando mal, os pais procuraram outro hospital no dia seguinte. “Fomos ao Hospital sabendo que teríamos que pagar a consulta, caso fosse necessário, mas conseguimos ser atendidos pelo SUS. Só de olhar para a minha filha, a médica percebeu que ela estava realmente muito mal, com um quadro grave de desidratação”.
Depois de uma série de exames, foi descoberto que a virose se tratava, na verdade, de um rotavírus resistente, que causou vômito constante, diarréia e dor. A menina permanece internada no Hospital, mas já não corre risco de morte. Se a professora tivesse que pagar o internamento, teria ter desembolsar o valor de R$ 3 mil só para conseguir um quarto.
“A minha filha ficou muito mal e quase morreu. Nossos governantes falam que nós temos que cuidar das crianças de Curitiba, mas a verdade é que, hoje, as nossas crianças, os filhos dos servidores têm que enfrentar a fila do SUS para serem atendidos, tem que enfrentar ou vão morrer na porta do hospital”, alerta a professora.