O magistério de Curitiba realizou na terça-feira (8) uma das maiores e mais bonitas mobilizações de sua história, com a participação de milhares de professoras e professores no Centro Cívico de Curitiba, durante o ato público da greve pela carreira da categoria. Mas os comentaristas extremistas da emissora Jovem Pan/RIC utilizaram o espaço de um jornal matinal nesta quarta-feira (9) para deslanchar uma enxurrada de baixarias, ofensas e mentiras contra as professoras.
Mostrando desconhecimento da realidade, o apresentador Marc Sousa e o comentarista Jeulliano Pedroso (que se autodenomina “analista político”) usaram os números furados da Prefeitura para tentar convencer a população de que nossa mobilização não teve força.
Uma vergonha.
Marc Sousa, demonstrando completo desconhecimento da realidade da rede municipal de ensino, começou repetindo a falácia de que o conjunto das professoras ficam fora do magistério por seis anos para se qualificarem e que as professoras não são comprometidas com a qualidade do ensino. Sua intenção era apenas estimular o ódio da população contra o magistério.
Já o tal pretenso “analista político” (cujas análises são sempre profundas como uma folha de papel) desandou em fazer o que qualquer militante extremista faz quando não tem argumentos factíveis: mentiu, e muito.
Disse que apenas o sindicato e alguns poucos militantes participaram da mobilização, e que poucas professoras aderiram.
Em seus delírios radicais, ele disse que “foi algo esvaziado, não tinha quase ninguém, estava ali meia dúzia de pessoas ligadas ao sindicato”. Ou ele agiu por ignorância (preguiça intelectual) ou por má fé (sabendo que seus ouvintes não costumam pesquisar para saber se ele mente ou não).
Então, para ajudar ele a fazer contas básicas de matemática, vamos colocar este vídeo aqui:
Para quem se diz “analista”, ele parece não sabe diferenciar meia dúzia (ou seja, seis) de milhares que estavam na rua.
Ele também tentou enganar a sua própria audiência (formada principalmente por ouvintes ideologicamente radicalizados) dizendo que não eram professoras da base que estavam lá.
Só que participaram do ato professoras de quase 80% das escolas da cidade (temos isso documentado), que se dispuseram a enfrentar a garoa incessante e o frio do inverno curitibano porque entenderam que o projeto da Prefeitura colocará em risco o futuro de todo o magistério e da educação do município.
Portanto, sua fala não foi apenas desconectada da realidade, mas profundamente desrespeitosa com a nossa categoria. Infelizmente, representa o ódio que os extremistas têm das professoras.
Além disso, é óbvio (mas temos que explicar o óbvio a esse tipo de gente que é paga para disseminar a ignorância) que outras milhares aderiram a greve e não foram às escolas na terça (inclusive, recebemos denúncias de que a Prefeitura enviou pessoas estranhas às escolas para manter os portões abertos). O que é realmente evidente é que nem o apresentador e nem o “analista” tinham qualquer intenção de falar a verdade.
Depósito de crianças
Entre as inúmeras falas vexaminosas, o tal “analista político” ainda replicou a ideia rebaixada de que as escolas servem como depositório de crianças, para onde as famílias levam seus filhos por não terem onde deixar.
Não é jornalismo (nem de longe)
Nos últimos aos, a rede Jovem Pan se lançou como o principal veículo de mídia extremista do país (rivaliza nesse aspecto com o ex-jornal paranaense Gazeta do Povo). Em vez de fazer jornalismo, passaram a usar a concessão pública para fazer militância radical, disseminando discursos de ódio (como esses usados pela equipe aqui de Curitiba contra as professoras da cidade).
Essa linha editorial foi adotada em todo o país. Não por acaso, receberam o apelido de Jovem Klan (em alusão à milícia supremacista que perseguia e matava negros nos Estados Unidos), por agirem como uma organização política de extrema-direita e manter em seus quadros militantes que apoiam, inclusive, ideias neonazistas (um deles só foi demitido depois da pressão popular, após fazer saudação considerada tipicamente nazista em um jornal da emissora de televisão).
Também não é coincidência que apresentadores e comentaristas de seus programas de rádio e televisão tenham saído em defesa do deputado federal Eduardo Bolsonaro, após ele dizer que professores são piores do que traficantes.
Só que ao abandonar o jornalismo e se transformar em um veículo de disseminação de ódio, mentiras e ataques à Democracia e aos Estado Democrático de Direito, a Jovem Pan infringiu a legislação do setor. Por isso, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil pública para cassar a concessão de rádio da emissora.
Um dos princípios mais básicos do jornalismo é o cuidado e a precisão da informação direcionada abertamente à população. Qualquer veículo de comunicação deveria agir com essa responsabilidade. Mas, ao mentir descaradamente (e vergonhosamente) sobre as professoras de Curitiba, eles demonstram que abandonaram esses princípios e investiram apenas em uma militância tosca, de baixo nível, voltada apenas para manter radicalizada uma parte da população que consome esse tipo de chorume ideológico infantilizado (mas perigoso, porque estimula o ódio e a violência).
Nossa luta é justa (e os justos sabem disso)
A direção do SISMMAC tomará providências para cobrar o reestabelecimento da verdade por parte da emissora. Mas, independentemente disso, nossa luta pela carreira continuará seguindo bonita, com muita força, participação e engajamento da nossa categoria.
E, por mais que os radicais tentem jogar a opinião pública contra as professoras, temos certeza de que eles não conseguirão. Seguiremos com o apoio da imensa maioria dos curitibanos, que reconhecem que a nossa luta é justa e que a defesa da educação pública de qualidade é essencial para o futuro da nossa cidade.
E se alguém tiver dúvidas de que nossa manifestação foi linda e gigante, pode acessar a galeria de fotos clicando aqui.
Fonte: Sismmac.