BRASIL DE FATO: A Justiça da comarca de Colombo, no Paraná, acatou 14 das 15 solicitações de prisão feitas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) pela acusação de torturas contra quatro suspeitos de terem estuprado a menina Tayná Andrade da Silva, de 14 anos. Entre os detidos estão seis policiais civis, um guarda municipal, um policial militar e “um preso de confiança”. Ainda restam um agente carcerário e mais quatro policiais.
O crime ocorreu no final de junho, quando se especulou que a menina teria sido estuprada por quatro homens, funcionários de um parque de diversões em Colombo, e depois assassinada com um cadarço. Entretanto, no laudo do Instituto de Criminalística, que foi divulgado pela jornalista Joyce Hasselmann, ficou provado que o sêmen encontrado na calcinha da menina não é de nenhum dos suspeitos.
Eles chegaram, segundo a polícia, a confessar o crime, inclusive o estupro, dando detalhes de como praticaram a violência. Mas Tayná, segundo o laudo, não apresentava lesões características de violência sexual. Segundo a primeira perícia, a menina teria sido morta horas depois que os quatro homens foram presos. Ainda assim, a Polícia Civil manteve a versão do estupro praticado por eles.
Além de serem torturados, os quatro presos disseram que foram agredidos em outras delegacias, antes de serem levados para a Casa de Custódia de Curitiba (CCC). Eles relataram ter sofrido agressões, choques e afogamentos por parte dos policiais. Um deles, inclusive, sofreu violência sexual, aplicada pelo “preso de confiança”, colocado por policiais na mesma cela que ele. Uma comissão está avaliando se eles podem ser inseridos em programa de proteção de testemunha.