Não é de hoje que políticos sem propostas concretas, buscando apenas holofotes nas redes sociais, tentam deslegitimar e atacar as professoras e os professores para conquistar seguidores alinhados ao extremismo. Mas o vereador de extrema-direita Eder Borges, conhecido por espalhar toneladas de fake news e disseminar discursos de ódio, resolveu ir além: propôs um projeto que desrespeita todas as gerações de docentes que, com dedicação e compromisso, ajudaram a construir a educação pública de Curitiba.
Dessa vez, o parlamentar extremista apresentou um projeto para obrigar professoras e professores da rede municipal de ensino a se submeterem a exames toxicológicos vexatórios, alegando a necessidade de detectar o uso de “substâncias psicoativas ou drogas psicotrópicas ilícitas”. Trata-se de uma proposta claramente inconstitucional e sem qualquer embasamento lógico. Mas não é a primeira vez que o parlamentar tenta promover esta ideia absurda: em 2024, ele já foi derrotado e um projeto semelhante foi arquivado por unanimidade pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal.
O que motiva, então, essa nova tentativa do vereador? A resposta é clara: sua intenção não é fazer política pública séria, mas gerar factoides para alimentar as redes sociais com discursos inflamados que o mantenham relevante entre seus seguidores extremistas. Há poucos dias, ele também apresentou um projeto higienista para fazer um tipo de “limpeza genética”, esterilizando pessoas em situação de rua.
Em vez de promover iniciativas para promover o bem-estar da população de Curitiba, o vereador utiliza seu mandato, pago com recursos públicos, como um palco circense para criar pânicos infundados e angariar engajamento digital — e, quem sabe, votos em futuras eleições (afinal, em 2026 haverá eleição para deputados estaduais e federais, entre outros cargos).
Para ele, todas as professoras são potencialmente criminosas
Além das flagrantes ilegalidades e da completa ausência de justificativa lógica, o projeto representa um ataque direto ao magistério, categoria composta quase 95% por mulheres.
A proposta criminaliza preventivamente as professoras e os professores, tratando toda a categoria como potenciais criminosos. É uma inversão absurda do princípio da presunção de inocência, transformando trabalhadoras e trabalhadores dedicados à educação pública em suspeitos diante da sociedade, e isso inclui até professoras e professores que inadvertidamente possam ter votado nele.
Um desperdício de recursos públicos
Nos últimos anos, a política brasileira foi tomada por militantes de extrema-direita oportunistas que ingressaram na política espalhando fake news e discursos de ódio. São essas pessoas que estão destruindo o ambiente político brasileiro (e também em outros países), porque além de não terem absolutamente nenhum compromisso com o bem-estar da sociedade, ainda geram gastos para o Estado enquanto influenciam parcelas significativas da população a se tornarem replicadores da violência política e social.
Recursos que poderiam ser utilizados para implementar políticas públicas que realmente atendam às necessidades da população — como geração de empregos, melhorias na educação, na saúde ou na segurança pública — estão sendo desperdiçados com provocações vazias e projetos descabidos.
Mas a população não precisa de circo e nem de fantasias vazias e infantilizadas, precisa de soluções reais para solucionar problemas reais.
Reação necessária:
O SISMMAC já está tomando as providências necessárias para combater mais esse ataque à categoria e garantir que esse projeto não prospere. Contudo, é fundamental que todas as professoras e professores se mobilizem e enviem um recado para a Câmara Municipal.
Nossa recomendação é que a categoria não acesse as redes pessoais do vereador para evitar ampliar o alcance e engajamento dele (afinal, é por isso que ele cria essas polêmicas inócuas). Além disso, o ambiente nas redes do parlamentar está repleto de conteúdos tóxicos e ofensivos, capazes, em muitos casos, de gerar desconforto e mal-estar psicológico. Evitem.
No entanto, é essencial que pressionemos a própria Câmara Municipal de Curitiba para impedir que esse projeto ganhe qualquer tipo de espaço. Recomendamos que as professoras e professores expressem sua indignação diretamente nas redes sociais da Câmara. Deixe claro que esse tipo de proposta é um desrespeito ao magistério, à história da educação de Curitiba, e um desperdício do dinheiro público.
- Instagram da Câmara Municipal de Curitiba: https://www.instagram.com/camaradecuritiba/
- Facebook da Câmara Municipal de Curitiba: https://www.facebook.com/CamaraCuritiba/
Fonte: Sismmac