“Fazer o que? E não sou banqueiro”. Essa poderia ser a resposta, em tom de desdém, de quem não percebeu o impacto dos juros altos na vida da população. Mas, afinal, o que nós, professoras e professores do magistério municipal de Curitiba, temos a ver com isso?
Quando os juros aumentam, isso significa que as taxas de juros cobradas pelos bancos e instituições financeiras aumentam também, o que torna mais caro para as pessoas terem acesso a recursos financeiros.
Para os trabalhadores, os juros altos representam uma série de desafios e dificuldades. Em primeiro lugar, eles tornam mais difícil para as pessoas poupar dinheiro, já que os juros pagos nas contas de poupança são geralmente mais baixos do que a taxa de juros cobrada pelos bancos em empréstimos.
Isso significa que, mesmo que as pessoas estejam economizando dinheiro, elas ainda podem estar perdendo poder de compra devido à inflação.
Além disso, os juros altos tornam mais difícil para as pessoas financiarem suas necessidades, como a compra de uma casa ou um carro, ou mesmo para pagar as contas do dia a dia.
Isso pode ser especialmente difícil para trabalhadoras e trabalhadores que já estão lutando para equilibrar suas despesas com seus salários, como nossa categoria, que está com a carreira congelada há 7 anos.
Assim como os bancos priorizam o lucro acima de tudo, a Prefeitura de Curitiba também costuma monetizar os nossos direitos, geralmente levando em consideração apenas os custos, e não o impacto ou a necessidade de melhoria das políticas sociais.
Quem gosta de juros altos são os bancos e os rentistas (que não trabalham mas vivem de juros), que ganham com especulação financeira e títulos de dívida (sim, ganham dinheiro com a dívida dos outros, inclusive do Estado). A velha imprensa também é favorável a juros altos porque, entre seus principais patrocinadores e anunciantes, estão justamente as instituições bancárias.
“Eu não tenho nada a ver com isso” (será?)
Os juros altos podem ter um impacto significativo sobre a vida das professoras e dos professores.
Em primeiro lugar, os juros altos podem levar a uma redução nos investimentos em educação, já que a gestão municipal precisa destinar mais recursos para pagar sua dívida (praticamente todos os governos têm dívidas a pagar).
Isso resulta em escolas com pouco dinheiro para investir em tecnologia, materiais didáticos e infraestrutura e também serve de desculpa para o poder público negar reajustes salariais ou implementação de mudanças que necessitem de mais investimentos, como nosso plano de carreira.
Além disso, os juros altos também podem levar a cortes em investimentos com programas de capacitação e desenvolvimento profissional para professoras, o que pode prejudicar sua capacidade de aumentar a qualidade da educação.
É por isso que quando nós, enquanto sindicato, debatemos questões da conjuntura ou da política que vão além das reivindicações pontuais da nossa categoria, é porque tudo está interligado, e tem impactos direto no dia a dia das professoras e dos professores do magistério municipal de Curitiba.
Por isso, temos o compromisso e o dever de fazer os enfrentamentos necessários, nos diferentes setores da sociedade, para defender os direitos da nossa categoria.
Fonte: SISMMAC
