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O dia 8 de março nasceu da luta das mulheres trabalhadoras

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O Dia Internacional da Mulher foi criado em 1910, no II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas. Criada por sugestão da professora alemã Clara Zetkin, mais tarde a data foi vinculada a uma homenagem às mulheres queimadas vivas em um incêndio que supostamente teria ocorrido em 1857, nos Estados Unidos.

No início do século XX, as trabalhadoras se manifestavam em várias partes do mundo. As principais reivindicações eram o voto feminino e a luta por melhores condições de trabalho.

Em março de 1911, ocorreu um incêndio na fábrica Triangle localizada em Nova Iorque, que vitimou 125 mulheres e 21 homens. O fato causou grande comoção gerando um grande ato no dia do funeral.

Em fevereiro de 1917, as trabalhadoras russas do setor de tecelagem entraram em greve e foram fundamentais para a greve geral e para a Revolução de Outubro, que derrubou o czarismo na Rússia.

As manifestações e atividades organizadas desde 1910 acabaram por reforçar e fixar o mês de março como mês da mulher trabalhadora. Em 1919, a Internacional Comunista reconhece e reafirma a importância da data. Mais tarde, na década de 1970, a Unesco e a ONU se veem obrigadas a reconhecer o dia 8 de março como Dia Internacional da Mulher, homenageando as lutas feministas pelo direito ao voto, pela igualdade de salários e contra machismo.

Com o objetivo de apagar o histórico combativo da data, atualmente o 8 de março é tratado como dia festivo e comercial, com promoções de produtos de beleza e distribuição de mimos às mulheres.

Para não deixar que essa história caia no esquecimento, é fundamental lembrar a verdadeira origem da data e o exemplo das mulheres que ousaram enfrentar o preconceito e a violência na busca por uma sociedade mais justa, sem miséria e exploração.

Para nos explorar, o capital nos divide
Apesar de ser antiga, a opressão sobre as mulheres nem sempre existiu. Foi a partir do surgimento da propriedade privada e do direito de herança que a vigilância sobre a liberdade e sobre o corpo feminino começa a aparecer na história da humanidade.

Nos últimos 250 anos, com o ingresso das mulheres no mercado de trabalho, a desigualdade entre homens e mulheres passou a ser utilizada no capitalismo para aumentar a exploração sobre o conjunto da classe trabalhadora. Isso ocorreu porque a concorrência gerada pelos baixos salários pagos às mulheres também foi usada como desculpa para rebaixar o nível salarial dos homens. Nesse contexto, o machismo funcionou para legitimar a divisão imposta pelo capitalismo e para reforçar a exploração sofrida pelo conjunto da classe.

Para superar a exploração que o capital nos impôs com essa divisão, nossa força foi e continua sendo a união do conjunto da classe trabalhadora. Além de organizar as mulheres trabalhadoras para resistir contra todas as formas de opressão, é preciso fazer com que essa luta que parece específica seja encampada como parte de uma luta geral do conjunto dos trabalhadores.

Seremos capazes de combater mais do que os efeitos, se atuarmos enquanto classe para atingir também as causas da opressão de gênero e de classe, avançando assim na construção de uma sociedade mais justa e sem exploração.

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