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Sindicatos apontam riscos para trabalhadores com volta às aulas

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Enquanto
os trabalhadores da linha de frente de combate à pandemia lutam
todos os dias por condições básicas de trabalho e de proteção,
outros setores da sociedade, que parecem desconhecer a realidade da
ponta, pressionam para retomada de atividades, como a volta das aulas
presenciais.

O
tema foi discutido em audiência pública promovida pela Câmara
Municipal de Curitiba nesta sexta-feira (25). O SISMMAC e o SISMUC estiveram presentes e levaram o ponto de vista dos trabalhadores da
educação para o debate.

A
realidade dos trabalhadores da educação tem sido completamente
ignorada pelos setores que defendem o retorno das aulas presenciais
em um momento que ainda conta com altas taxas de infecção pelo
coronavírus.

De
forma incoerente, numa audiência realizada de maneira virtual, já
que os participantes sabem que ainda não é seguro ter encontros
presenciais, muitos defenderam o retorno do trabalho presencial dos
trabalhadores da educação.


que quem defende o retorno das aulas presenciais com qualquer outro
protocolo de segurança que não seja a vacina, é porque nunca
entrou numa escola ou em um CMEI.
Quem conhece a realidade da rede
municipal de ensino sabe que os protocolos que são discutidos para
garantir o afastamento entre os alunos são impossíveis de serem
seguidos.

Primeiro
porque nos CMEIs e nas escolas faltam professores e auxiliares de
serviços escolares e assistentes administrativos. Ou seja, não há
equipe suficiente para garantir que os protocolos sejam seguidos.

A
precarização da educação, assim como dos serviços públicos
durante a gestão Greca, que torrou dinheiro em asfalto e propaganda,
agora torna ainda mais distante da realidade a retomadas aulas
presenciais durante a pandemia.

Nos
CMEIs, principalmente os mais antigos, a estrutura é muito precária.
Não há, por exemplo, um refeitório para que os professores e
demais trabalhadores possam fazer a refeição com segurança. Em
muitos equipamentos, não há sequer ventilação adequada.

Também
não dá para confiar que a gestão municipal vá atuar para garantir
a segurança dos trabalhadores, já que a realidade vivenciada nos
locais de trabalho é de total descaso.
Toda semana, os sindicatos
recebem denúncias dos trabalhadores de todas as categorias que não
têm as condições mínimas para trabalhar com segurança. No caso
dos trabalhadores da educação que realizam a entrega de kits de
modo presencial, ainda não foram entregues nem os escudos faciais
para todos.

Importante
ressaltar também que a Secretaria Municipal de Educação (SME), que
estava na lista de convidados da audiência pública, não enviou
nenhum representante para participar da discussão.
A SME quer passar
a impressão de que tem tido uma posição mais branda e cuidadosa em
relação ao retorno das aulas presenciais, mas no momento real de
debate, não aparece para defender um posicionamento.

A
pressão colocada por alguns
dos participantes da audiência para que sejam retomadas as
atividades presenciais só está acontecendo porque a educação, que
é um direito básico, foi transformada em mercadoria.
No desespero
de lucrar em meio à pandemia, alguns
setores minimizaram os
riscos, colocando a vida de trabalhadores, estudantes e familiares em
risco.

Mas,
os sindicatos não serão cúmplices dessa irresponsabilidade. Por
isso, reforçamos a campanha pelo retorno às aulas somente com
vacina. Porque o ano letivo se recupera, as vidas não.

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