JORNAL COMUNICAÇÃO: A categoria dos professores adiou o indicativo de greve do dia 29 de fevereiro para 14 de março na assembleia geral que aconteceu na última quinta-feira (23). A categoria reivindica aumento salarial e melhores condições de trabalho.
A mudança do indicativo de greve aconteceu para que haja mais tempo de negociação com a Prefeitura de Curitiba, a qual informou que o calendário das datas para as negociações está sendo elaborado. As reuniões em que vão analisar as reivindicação dos professores municipais só poderão ocorrer a partir de março.
Segundo a representante do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) na escola Escola Municipal Wenceslau Braz, e professora há 17 anos, Selma Ferreira, a luta por melhores condições de trabalho é política. “Eu estudei 16 anos para ser professora, e meu salário se iguala ao de trabalhadores que não têm ensino superior”, explica. Ela afirma que a luta visa a beneficiar os próprios alunos da rede municipal. “A minha realização como profissional é com crianças da escola pública”, completa.
Condições de trabalho
Karina Kos é professora há um ano da Escola Municipal Wenceslau Braz, localizada no Boqueirão, e, segundo ela, o primeiro ponto que leva a categoria a se unir para reivindicar é o salário. “Comparado ao valor que os professores municipais da região metropolitana recebem, nosso pagamento é inferior”, diz. Hoje, o piso salarial inicial de um professor da rede municipal é de R$1.200,00.
A professora reclama da desvalorização não apenas monetária do educador. “É a partir do nosso trabalho que se formam os outros profissionais. Nós ensinamos as crianças a ler e a escrever”, defende.
Os problemas vão além. Karina explica que não há recursos suficientes para proporcionar condições dignas de trabalho ao profissional da categoria. “Faltam materiais, professores e até segurança. Não há ninguém capacitado para separar uma briga entre alunos, por exemplo”, conta.
Fonte: Marina Sequinel e Luiza Barreto, do Jornal Comunicação