BRASIL DE FATO: A paralisação dos policiais militares da Bahia chegou ao fim na noite do sábado (11), depois de três horas de assembleia no ginásio do Sindicato dos Bancários, em Salvador. De acordo com nota do comando de greve da categoria, apesar de não ter as reivindicações atendidas, o movimento se mostrou vitorioso por demonstrar sua insatisfação quanto aos baixos salários e o tratamento dispensado pelo governo de Jaques Wagner (PT).
“O fim do nosso movimento não significa nem que aceitamos a proposta do governo, nem que encerramos a nossa luta. Ela continua, por melhores condições de trabalho e respeito", destacou a nota da Corporação.
O governo baiano continua oferecendo à categoria o reajuste de 6,5% retroativos a janeiro e fevereiro, somada à incorporação de gratificações até 2015. A proposta será enviada em forma de projeto de lei à Assembleia Legislativa ainda nesta semana.
Os policiais militares da Bahia haviam iniciado a greve em 31 de janeiro e, durante os dez primeiros dias, estiveram acampados no prédio da Assembleia Legislativa do Estado.
Rio
Já no Rio de Janeiro, os policiais militares avaliam nesta terça-feira (13) a continuidade do movimento durante uma assembleia, às 18h, no centro da cidade.
Em greve desde feira-feira (09), eles pressionam o governo de Sérgio Cabral (PMDB) pela liberdade dos presos do movimento. Segundo os grevistas, o comando geral da PM estaria se utilizando do regulamento militar para endurecer o tratamento aos policiais, com prisões administrativas e ameaças de expulsões sumárias. Doze bombeiros militares estão presos em Bangu 1 e 162 guarda-vidas, em quartéis, cumprindo medida disciplinar.
O domingo (12) foi marcado por uma manifestação na orla de Copacabana em repúdio às prisões. “Na minha opinião, a ordem é o que foi dito aqui: que o governador [Sérgio Cabral] retire o aumento que deu, o que quer dar e tire 10% dos nossos salários, se a questão é essa, mas o mais importante é soltar os companheiros. O movimento é pacífico e ele está tratando como se fosse um movimento desordeiro”, disse o cabo Lopes, da Polícia Militar (PM).
Um grupo formado pelas mulheres dos policiais e bombeiros presos no complexo penitenciário se reuniu nesta segunda-feira (13) com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e, nesta terça-feira (14), irá para Brasília com o objetivo de reverter as prisões dos maridos. Entre as integrantes está Cristiane Daciolo, mulher do cabo Benevenuto Daciolo, do Corpo de Bombeiros, um dos líderes do movimento, acusado de incitar o movimento grevista.
Uma parte dos policiais civis, sindicalizados no Sindpol (Sindicato da Polícia Civil do Rio), suspenderam o movimento no sábado (11). "Não estamos cancelando a greve, mas suspendendo para, na próxima quarta-feira (15), avaliar os fatos que ocorreram até agora e deliberar sobre as próximas ações", explicou o diretor jurídico do Sindpol, Francisco Chao.
Já o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), que agrega outra parte dos policiais civis sindicalizados, permanece em greve. “A decisão foi tomada em assembleia. A gente não pode tomar a decisão de sair da greve sem conversar com as outras categorias [bombeiros e Polícia Militar]”, criticou o presidente do Sinpol, Fernando Bandeira.
PEC 300
No Distrito Federal, os oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros também devem aderir a um movimento local para cobrar amento de salários e benefícios do governador Agnelo Queiroz (PT). Na próxima quarta-feira (15), elas participam de assembleia geral convocada pelos praças da PM.
As greves buscam pressionar a aprovação da chamada PEC 300. A Proposta de Emenda à Constituição estabelece um piso comum aos policiais militares de todos os estados do Brasil.
Inicialmente a proposta, que tramita na Câmara dos Deputados, defendia que os salários mínimos dos policiais militares de todos os estados fossem igualados ao do Distrito Federal, que é de R$ 3.031,38. Durante sua tramitação, no entanto, a PEC sofreu alterações e, de acordo com o texto atual, deverá ser estipulado um piso nacional, cujo valor será definido por uma lei federal num prazo máximo de 180 dias após sua publicação.
Fonte: Redação – Jornal Brasil de Fato