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Moção de repúdio à criminalização dos que lutam

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Protestar não é crime, criminoso é o Estado!

Depois do maior episódio de repressão aos servidores estaduais do Paraná, o governador Beto Richa tenta atribuir a culpa do massacre do dia 29 de abril – que deixou ao menos 200 feridos em Curitiba – ao "radicalismo" de manifestantes que supostamente estariam infiltrados no protesto.

A primeira estratégia de Richa foi culpar os próprios agredidos pelo início da agressão. Já no dia 29, o governador declarou em nota oficial que o brutal massacre foi uma “ação de defesa” da PM, que teria reagido à agressão de “black blocs”. A nota do governo estadual fala em “pessoas mascaradas e armadas com pedras, bombas de artifício, paus e barras de ferro”. A mentira caiu por água abaixo já no dia seguinte, quando a Defensoria Pública do Estado do Paraná e a Ordem dos Advogados do Brasil se pronunciaram afirmando que nenhum dos detidos na manifestação portava artefatos perigosos. Segundo as duas instituições, todos os 14 presos durante o confronto eram professores, servidores ou estudantes.

Após essa tentativa frustrada, o secretário de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini, lançou mão de outra estratégia para criminalizar o movimento. Convocou uma entrevista coletiva no dia 4 de maio e declarou que a Inteligência da Polícia Militar investiga a participação de supostos “grupos radicais” no protesto. O coletivo Quebrando Muros, uma das organizações de trabalhadores que tem contribuído organicamente na greve da educação estadual, é um dos grupos acusados na reportagens divulgadas no dia 4 de maio.

Mais do que expressar nosso apoio a todos os coletivos e agrupamentos que participaram da ato do dia 29 de abril e que agora estão sendo ameaçados, o SISMMAC manifesta seu repúdio à estratégia do governo estadual que busca criminalizar a luta dos próprios trabalhadores e estudantes que resistiram até o fim contra o ataque à previdência.

Além de criminalizar as legítimas manifestações contra o projeto, essa estratégia também busca esconder o protagonismo dos trabalhadores da educação, da saúde, das universidades, da saúde agentes penitenciários e estudantes na luta para impedir a aprovação do projeto de lei que permite que o governo coloque as mãos no dinheiro das aposentadorias dos servidores. Não foram grupos ‘radicais’ que protagonizaram a luta direta contra os ataques do governo, como Francischini afirmou em coletiva de imprensa, foram os próprios trabalhadores, trabalhadoras e estudantes, afetados diretamente por tais ataques.

O massacre do dia 29 de abril não foi culpa dos manifestantes. Tão pouco foi resultado do “excesso” ou da falta de preparo dos policiais. Eles cumpriam ordens do governador Beto Richa, que articulou o poder executivo, a Polícia Militar, a maioria dos deputados da Assembleia Legislativa e o Judiciário para que o projeto fosse aprovado a qualquer custo. Já no dia 24 de abril, o Tribunal de Justiça do Paraná publicou um interdito proibitório, impedindo que os professores ocupassem o prédio da Alep. Esse é mais um exemplo triste de que os governos capitalistas não exitam em usar todo o seu poder político, econômico, jurídico e militar para reprimir e atacar os trabalhadores.

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