OPERA MUNDI: Milhares de professores mexicanos saíram às ruas nesta quinta-feira (04/04) para protestar contra as medidas adotadas pelo governo de Enrique Peña Nieto no âmbito da educação.
Nos estados de Guerrero e Oaxacal, alguns manifestantes ocuparam prédios de emissoras de rádio e prometem só sair quando o governo revogar mudanças feitas nas leis de ensino – promulgadas em fevereiro.
Os profissionais exigem que a reforma educativa “garanta a gratuidade do ensino mexicano”. Em nota oficial, o Sindicato dos Professores Mexicanos – um dos maiores do país com quase 1 milhão de associados – afirma que, desde a aprovação da lei, funcionários do governo têm permissão para “fazer negócios e comércio na Educação, favorecendo às elites do México”.
Mesmo sob protesto, o presidente mexicano afirmou que mudanças não vão acontecer nas novas leis. “A reforma educativa marcará o destino da educação do nosso país nas próximas décadas. Nem pressões nem manifestações vão comprometer o desenvolvimento das novas gerações”, afirmou nesta quarta-feira (05/04) em pronunciamento no fórum México com educação de qualidade para todos.
A reforma educativa promulgada em fevereiro prevê, entre outras coisas, que a estabilidade e a promoção dos professores dependam de seus méritos profissionais, medidos por um órgão de pesquisa independente. Com a controversa medida, por exemplo, um professor pode ser demitido caso seja comprovado baixo rendimento dos estudantes.
O Sindicato dos Professores acusa o governo de fragilizar a categoria, retirando autonomia e o poder de mobilização dos profissionais de ensino. Por outro lado, o governo mexicano se defende dizendo que o nível de qualidade do ensino no país é muito ruim e que medidas emergenciais devem ser tomadas.
Em 2009, segundo pesquisa do PISA (Program for International Student Assessment, na sigla em inglês), a educação no México ocupava a última colocação dos 34 países integrantes da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Segundo informações do documentário ¡De Panzazo!, a cada 10 adolescentes mexicanos, 7 não conseguem interpretar o que leem.
FONTE: Portal Opera Mundi
FOTO: Alexandre Meneghini/AP