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Mesmo com chuva, ato pela redução da tarifa reúne cinco mil pessoas em Curitiba

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Mesmo com o frio e a forte chuva que caíram sobre Curitiba na noite de ontem (20), mais de cinco mil pessoas foram às ruas para o quarto protesto pela redução da tarifa de ônibus. A marcha teve início na Boca Maldida e, de lá, os manifestantes seguiram em passeata até a sede da Prefeitura.

A manifestação comemorou a primeira vitória do movimento que tem levado milhões de pessoas às ruas em todo o país. Na tarde de ontem, o prefeito Gustavo Fruet anunciou a redução de 15 centavos no valor da passagem de ônibus, que a partir do dia 1º de julho passará a custar R$ 2,70. Entretanto, essa ainda é uma conquista parcial. Além do valor da tarifa não ter retornado para os R$ 2,60, Fruet também afirmou que a Prefeitura continuará repassando a mesma quantia às empresas de transporte coletivo.

Aos gritos de “ô, Fruet, não sou otário, tem que tirar do bolso do empresário”, milhares de pessoas exigiram que a Prefeitura comece a enfrentar a máfia das empresas que administram o transporte público, abra a caixa preta da URBS e reduza ainda mais o preço da passagem. A luta maior é pela tarifa zero, por entender que o transporte público, assim como a saúde e a educação, deve ser entendido como direito social e não como mercadoria.

Professores presentes na luta!
O magistério participou do ato compondo o Bloco de Esquerda por entender que as professoras e professores de Curitiba devem lutar ao lado daqueles que defendem os interesses e as pautas da classe trabalhadora. Junto com militantes de outros sindicatos, movimentos sociais e organizações políticas, marchamos pelas ruas de Curitiba em defesa da redução da tarifa de transporte público em Curitiba e em solidariedade aos manifestantes que lutam pela melhoria nas suas condições de vida, mesmo sofrendo repressões.

Vamos continuar participando dessas manifestações, pois é através da luta que acumulamos forças para exigir as demais reivindicações que nos unem enquanto membros de uma só classe trabalhadora: melhoria dos serviços de transporte, de saúde e educação que são fornecidos a população trabalhadora.

Esses atos são a resposta de estudantes e trabalhadores à precarização gradual da condição de vida a qual são submetidos em nome do lucro de poucos. Por isso, é preciso reagir contra os setores que tentam capitanear a onda de protestos em defesa de interesses privados e de pautas ultraconservadoras, como é o caso da redução da maioridade penal. Isso se faz indo às ruas com uma reivindicação clara e unificada: a redução imediata da tarifa.

A questão do transporte público em Curitiba
Nas propagandas, Curitiba é apresentada como “cidade modelo” na questão do transporte público. Entretanto, quem anda de ônibus diariamente sabe que além de ser caro, esse serviço impõe uma carga diária de sofrimento: filas enormes na espera, aperto e atrasos. Isso acontece porque o caráter social do transporte público é sacrificado e fica em segundo plano para que os mesmos grupos continuem lucrando em cima do sofrimento imposto as 2,3 milhões de pessoas que utilizam o transporte coletivo de Curitiba diariamente.

A tarifa paga pelo usuário é R$ 2,85, mas a URBS repassa às empresas R$ 2,99 por passageiro. Esse valor, apontado como custo real do transporte, é estabelecido de forma pouco transparente e privilegia, essencialmente, a manutenção do lucro dessas empresas.

A primeira licitação pública para escolha das empresas que administram o transporte público de Curitiba só foi feita em 2010 e não representou qualquer avanço, pois manteve os mesmos grupos econômicos à frente do serviço.

Para continuar mantendo seus lucros nas alturas, as 11 empresas que dominam o setor em Curitiba se organizam em três consórcios e dividem entre si o transporte coletivo da cidade nos lotes Norte, Leste e Oeste. Em 2010, sequer houve concorrência porque cada um dos consórcios – Pontual, Transbus e Pioneiro – apresentou proposta apenas para o lote que já administrava.

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