Os médicos que trabalham nos Centros Municipais de Urgência Médicas de Curitiba (CMUMs) aprovaram, na noite de hoje (15), a paralisação por tempo indeterminado a partir da próxima-segunda-feira. A assembleia que definiu pela paralisação teve apenas um voto contrário à paralisação. Os médicos que atuam nos centros municipais reivindicam melhor remuneração e melhores condições de trabalho.
Os CMUMs funcionam 24 horas por dia, e apesar de se tratar de um serviço público, mantido pela Prefeitura de Curitiba, os médicos são terceirizados, contratados por quatro instituições (FUNPAR, PUC, Hospital Cruz Vermelha e Hospital Evangélico). A categoria reclama que além da baixa remuneração, eles trabalham num ambiente estressante chegando a cumprir até 100 horas semanais.
Durante esta semana os médicos vão discutir a organização de escalas durante a paralisação, para que pelo menos 30% do serviço seja mantido. Também encaminharão ofícios para os empregadores, Prefeitura e vereadores, alertando sobre a deflagração da greve. Ainda há esperança que a greve não seja levada adiante, desde que os empregadores sinalizem com uma proposta que atenda os cerca de 900 médicos que trabalham nos centros, responsáveis por boa parte do atendimento de urgência e emergência da cidade.
Há cerca de um ano, os médicos começaram a se mobilizar em busca de melhores condições de trabalho e remuneração. O Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) acolheu as reivindicações e produziu diversas intervenções como denúncias ao Ministério Público e Ministério Público do Trabalho, audiências com a Secretaria Municipal de Saúde, reuniões com os empregadores, entre outras. Porém, a Prefeitura e os empregadores ignoram os problemas.
Dentistas — Os cirurgiões-dentistas que atuam na saúde municipal também se reuniram na noite de ontem. Eles também estão em negociação com a Prefeitura exigindo a isonomia com os médicos concursados do serviço público. A alegação é que os cirurgiões-dentistas possuem as mesmas responsabilidades dos médicos, no entanto não recebem os mesmos benefícios.
Na assembleia de ontem, realizada na sede do Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), a categoria aprovou a coleta de um abaixo-assinado — manual e na internet — entre a população e a divulgação de material mostrando o que representa o serviço dos dentistas na Capital. O exemplo mais marcante da atuação dos cirurgiões é mostrado pelo programa Brasil Sorridente, onde Curitiba diminuiu de 7% para 1% o percentual de crianças sem o serviço dentário.
O Sismuc, que representa a categoria, tem uma reunião de negociação com a Prefeitura na semana que vem em data a ser determinada. Neste dia eles esperam que a administração pública ofereça a isonomia pedida. No mesmo dia, dependendo da resposta oficial, os cirurgiões-dentistas devem realizar um ato público em frente à Prefeitura ou na Boca Maldita.
A categorai evita falar em paralisação do serviço, mas a assembleia de ontem tirou uma posição da maioria onde só será aceito a isonomia total na área da saúde. Atualmente a Prefeitura tem aproximadamente 600 cirurgiões-dentistas no quadro de servidores municipais.
Fonte: Bem Parana