29 de fevereiro de 2012. Mais uma data para entrar para a história da nossa categoria como um exemplo de garra e determinação dos professores de Curitiba em defesa de suas reivindicações. Enfrentamos, mais uma vez, a pressão das chefias de núcleo e de algumas direções e fomos à luta mostrar para à Prefeitura e para à comunidade que atendemos os motivos da nossa insatisfação.
Paralisamos nossas atividades durante 33 minutos em mais de 150 das 182 escolas da rede municipal. Esse ato mostrou que não vamos mais aceitar o descaso da Prefeitura com a nossa categoria. Temos força, estamos unidos e não devemos desistir de alcançar condições dignas de trabalho, maiores salários, melhorias no plano de carreira e a qualidade do ICS.
ADESÃO DAS ESCOLAS
Na maioria das escolas da rede, 100% dos professores e professoras aderiram ao atraso de 33 minutos na horário da entrada. As unidades permaneceram fechadas, enquanto o tempo era utilizado para debater a organização da escola para a Campanha de Lutas e os próximos passos para fortalecer a mobilização.
Em várias unidades, o formato da paralisação de 33 minutos foi adaptado para atender a realidade das escolas. Em alguns Centros de Educação Integral (CEIs), os alunos foram recebidos em horário normal pelos demais funcionários da escola, enquanto os professores realizavam a paralisação de 33 minutos e a panfletagem para os pais.
Em algumas escolas que atendem as séries finais do ensino fundamental, a atividade também foi modificada. Os professores debateram os motivos da mobilização primeiro com os alunos, em sala de aula, e liberaram as crianças mais cedo para panfletar para os pais no horário da saída.
Com cartazes, caixas de som, vestidos de preto ou com nariz de palhaço. Cada escola se organizou do melhor jeito que pode e fez a diferença nesse processo de retomada da nossa união e da nossa disposição de ir à luta em defesa de nossos direitos. Independentemente do formato escolhido, o fundamental foi a grande adesão à paralisação de 33 minutos e a disposição do coletivo de professores de cada escola de assumirem a responsabilidade de organizarem a manifestação e de ajudarem a construir a luta que é de todo o magistério.
Juntos somos muitos, somos fortes e podemos vencer!
Veja como foi a mobilização em cada escola. Confira as fotos enviadas pelos professores para o SISMMAC:
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PANFLETAGEM E APOIO DA COMUNIDADE
O principal objetivo da manifestação era estabelecer um canal de diálogo com as mães e pais de nossos alunos e buscar o apoio da comunidade. Durante o atraso, os professores explicaram os motivos da mobilização aos pais e entregaram os 100 mil panfletos produzidos pelo SISMMAC. Esse material foi feito com uma linguagem clara, visando dialogar com a população sobre a situação da educação pública de Curitiba e sobre possibilidade de greve no magistério.
Somos 10,5 mil professores na rede municipal – um número que já é significativo se comparado ao tamanho de outras categorias –, mas com a ação de do dia 29 aumentamos ainda mais o alcance da nossa luta. Ao procurar o apoio das mães e pais de nossos alunos, que são trabalhadores como nós, nos tornamos centenas de milhares em defesa de uma causa; nos tornamos uma força coesa enquanto classe trabalhadora em luta por seus direitos.
O apoio dos pais a nossa luta foi emocionante. Andréia Lima foi levar seu filho à Escola Municipal Wenceslau Braz no dia da paralisação. Para ela, é correto os professores se mobilizarem. “Acho esse atraso de 33 minutos justo. Tem que chamar a atenção da prefeitura mesmo. Pelo que os professores fazem, eles merecem muito mais”, disse a mãe, apoiadora da nossa mobilização.
Essa é também é a opinião de Virgínia José de Oliveira, que levou sua neta à Escola Municipal CAIC Bairro Novo às 14h, seguindo a orientação do bilhete entregue pelos professores no dia anterior. “Nada é mais importante do que a educação dos nossos filhos. Todos os meus filhos estudaram aqui no CAIC e agora é a minha neta que está aqui. Eu apoio esse movimento dos professores porque é para o bem da educação”.
A adesão da comunidade a nossa luta foi tão expressiva que as linhas do 156 ficaram congestionadas. Ainda no período da manhã, a Prefeitura tirou o serviço do ar para não ter mais que registrar as manifestações de apoio.
MOBILIZAÇÃO E PRESSÃO SOBRE A PREFEITURA
Se antes a Prefeitura acenava apenas com a reposição da inflação, agora já demonstrou que há recursos para avançar na recomposição das perdas e no aumento do valor do piso. Entretanto, ainda devemos nos manter mobilizados para que o valor do PPQ seja utilizado para aumentar nosso salário inicial, o que incidirá sobre toda a tabela, e para avançar nas reivindicações relacionadas a condições de trabalho, plano de carreira e à qualidade do Instituto Curitiba de Saúde.
A assembleia do próximo dia 8 de março será o momento de mostrar que o nosso movimento está crescendo. Qualquer proposta de avanço apresentado pela Prefeitura será resultado da nossa mobilização!
Todos e todas à assembleia do dia 8, que acontece no Centro de Convenções de Curitiba (Rua Barão do Rio Branco, n° 370), a partir das 18h30.