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Mais ataques à educação: vereadora extremista apresenta projeto de escolas cívico-militares em Curitiba

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A vereadora de extrema-direita Delegada Tathiana apresentou um projeto de lei para criar um programa de escolas cívico-militares na rede municipal de Curitiba, semelhante ao que foi implementado pelo governador Ratinho Jr. no estado do Paraná.
Além de impor um regime de vigilância, opressão, violência e assédio contra estudantes e docentes, esses projetos eliminam as eleições para direções escolares, sufocando os processos democráticos nas unidades.
A Advocacia-Geral da União (AGU) declarou, em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que os projetos de escolas cívico-militares aprovados em vários estados são inconstitucionais. Ainda assim, a parlamentar insiste em aprovar essa ilegalidade no município.
De acordo com a AGU, esses projetos violam os princípios da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que rege o ensino em âmbito federal, estadual e municipal. Essa visão também é compartilhada pelo Ministério Público Federal.

Extremistas focam na educação
Assim como fez seu colega extremista, Eder Borges, que no início de janeiro atacou todo o magistério ao reapresentar um projeto para impor um vexatório exame toxicológico às professoras e professores da rede municipal, a vereadora de extrema-direita também investe contra a educação em busca de engajamento nas redes sociais (e, futuramente, de votos de seus seguidores radicalizados). Para esses grupos, a educação é vista como inimiga e precisa ser combatida e sufocada a qualquer custo.
O projeto apresentado pela parlamentar propõe incluir, entre as atividades extracurriculares nas escolas cívico-militares, a promoção de valores como a “honestidade”. No entanto, curiosamente, a vereadora passou a ser investigada pela Corregedoria da Polícia Civil, no início do ano passado, por divulgar um vídeo de sua participação em uma falsa operação policial ao lado de seu marido, Tito Barichello, também extremista e deputado estadual.
Na ocasião, Tathiana já estava licenciada do cargo de delegada para ser assessora parlamentar de um deputado federal, enquanto seu marido também estava afastado de suas funções após ingressar na política. A filmagem foi divulgada com o evidente objetivo de “lacrar” nas redes sociais, uma prática comum entre militantes extremistas. Tudo não passou de uma grande farsa — o que, ironicamente, contradiz o conceito de “honestidade” exaltado no texto do projeto de lei.

Dinheiro, sempre dinheiro
O projeto prevê a “contratação de um núcleo civil responsável pela gestão pedagógica e administrativa de cada unidade escolar” e, em outro artigo, expande a possibilidade de que o programa seja gerido por entidades privadas.
E é aqui que está uma questão central: em geral, projetos que destinam recursos públicos para a iniciativa privada são, na verdade, uma maneira de beneficiar empresários com dinheiro público, muitas vezes resultando em propinas para os políticos que propõem e aprovam essas iniciativas. Políticos viram meros lobistas de interesses de empresários e recebem para isso.
A preocupação central não é o resultado educacional, mas sim quanto os “amigos” desses parlamentares lucrarão. Um exemplo emblemático ocorreu no estado de São Paulo, onde uma entidade comandada por um suplente de deputado federal do partido PL recebeu R$ 11 milhões do governo Tarcísio para administrar escolas cívico-militares em 10 cidades.
No caso das escolas cívico-militares, além dos interesses financeiros, os projetos também serviriam para criar um clima de opressão e desmobilizar o magistério das lutas por direitos, carreira digna e melhores condições de trabalho.

Resistir é preciso!
O ano letivo da rede municipal de Curitiba nem começou, e o magistério já está sob ataque incisivo da bancada extremista na Câmara de Vereadores. Esses movimentos devem servir de alerta para toda a categoria: há um forte indicativo de que a educação pública será um dos alvos prioritários desses parlamentares, que, sem capacidade — ou interesse — de elaborar projetos que contribuam para o bem-estar da população, transformam a política municipal em um verdadeiro show de horrores para agradar seus seguidores radicalizados, buscando votos, dinheiro e poder.
Cabe a cada professora e professor da rede entender a urgência de resistir a esses ataques, defender a educação pública e a valorização do magistério, e enfrentar a crescente radicalização que vem destruindo a vida política em Curitiba.

Fonte: Sismmac

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