• Home
  • »
  • Notícias
  • »
  • Magistério debateu os desafios da educação integral na Rede Municipal

Magistério debateu os desafios da educação integral na Rede Municipal

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram
Magistério debateu os desafios da educação integral na Rede Municipal

O SISMMAC realizou na noite de ontem (13) uma reunião com profissionais do magistério para discutir as demandas e os problemas enfrentados por quem atua na educação integral na rede municipal de ensino de Curitiba.
Durante o encontro, a direção do sindicato ouviu relatos de professoras e professores de diversas unidades, que compartilharam uma série de desafios enfrentados no cotidiano escolar.

Improviso em vez de política educacional
Em Curitiba, a educação integral nunca foi efetivamente implementada como uma política educacional estruturada e consistente. As iniciativas da Secretaria Municipal de Educação (SME) nos últimos anos foram marcadas pelo improviso e pela ausência de planejamento adequado. As mudanças frequentes de orientação, a falta de diretrizes pedagógicas claras e a inexistência de um projeto político-pedagógico específico para a educação integral têm fragilizado o trabalho desenvolvido nas unidades.

Estrutura precária e insuficiência de pessoal
Como resultado dessa abordagem improvisada, muitas unidades operam com infraestrutura inadequada, sem os ambientes necessários para atividades diversificadas e sem recursos pedagógicos apropriados. O problema se agrava com o dimensionamento insuficiente de pessoal, onde equipes reduzidas precisam dar conta de múltiplas demandas, levando à sobrecarga de trabalho e ao adoecimento profissional.
Nas Unidades de Educação Integral (UEIs), esses problemas se tornam ainda mais evidentes. As equipes precisam lidar com questões que envolvem crianças de diferentes escolas, enfrentando a complexa tarefa pedagógica de atender alunos com os quais não mantêm contato no cotidiano escolar regular. Essa fragmentação dificulta o acompanhamento do desenvolvimento dos estudantes e as intervenções pedagógicas.
Além disso, a falta de estrutura da rede para atender às demandas das crianças com necessidades especiais se acentua na educação integral, onde o tempo estendido de permanência exige condições mais adequadas e profissionais especializados. A falta de profissionais de apoio com formação específica também compromete a qualidade do atendimento oferecido às crianças. Há, inclusive, muitos casos de violência contra profissionais nas unidades.

Para agravar a situação, no apagar das luzes da gestão anterior, a SME publicou um decreto para “normatizar” a educação integral. Na prática, o documento é um compilado de práticas equivocadas que foram implementadas durante a gestão Bacila na SME, e nem de longe são suficientes para resolver os problemas estruturais apontados pelas professoras e pelos professores.

Encaminhamentos
As contribuições do debate realizado ontem serão incorporadas à pauta de reivindicações do magistério para 2025, que deverá ser aprovada em Assembleia ainda em março. O documento final será entregue à administração municipal até o final deste mês.
Entre as principais reivindicações relacionadas à educação integral, estará a revogação do decreto da SME e a construção de uma política de educação integral que considere as necessidades pedagógicas, a infraestrutura adequada e o dimensionamento de pessoal compatível com a complexidade do trabalho desenvolvido.

Posts Relacionados