Cerca de 130 trabalhadoras e trabalhadores da educação participaram, no último sábado (6), da comemoração de posse da nova direção do SISMMAC. A confraternização teve como objetivo marcar o início da gestão “Novos Rumos – A Alternativa de Luta” e reunir o magistério municipal para expor, de forma mais informal, a política de trabalho da nova direção, que será colegiada.
Também estiveram presentes representantes de outras entidades de classe e sindicatos, como a Associação dos Professores da UFPR (APUFPR-SSind), Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Estado do Paraná (Sindsaúde-PR), Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Intersindical.
Durante a comemoração, a direção eleita reafirmou seu compromisso de junto com a categoria retomar a luta do Magistério.
Expectativas da categoria
Para a professora Rosane Vasconcelos, do CEI Ulisses Guimarães, a nova gestão deve priorizar a retomada do trabalho de base como forma de fortalecer a participação da categoria nas atividades e lutas do magistério. “Essa é um gestão que apresenta novas idéias, novos objetivos e que nos coloca a questão da união da classe. O magistério não pode esperar que só o sindicato faça alguma coisa, é importante que toda a categoria participe”. Segundo Rosane, a proposta de criação dos coletivos regionais deve ser tratada como uma prioridade pela nova gestão.
Essa também é a avaliação da professora Osana Marques Perdigão, que leciona nas escolas Irati e Durival de Brito. Para ela, a nova direção do SISMMAC deve estar mais presente nas escolas para trazer informações e debater as pautas importantes para o magistério.
“Nós esperamos que o Sindicato esteja cobrando, denunciando e organizando a categoria. Durante a eleição, nós reivindicamos que o SISMMAC participasse mais diretamente nas escolas para que, se for necessário que o magistério faça uma paralisação visando obter alguma melhoria, haja primeiro um trabalho fortalecido de base, construído com a participação das escolas”, aponta.
Qualidade da educação e valorização dos profissionais
A preocupação com a qualidade do ensino público em Curitiba também foi apontada como uma das pautas centrais para o magistério no próximo período. “A nova gestão deve priorizar a mobilização dos profissionais da educação. Não só os professores, mas todas as pessoas que trabalham na educação têm que se mobilizar em prol de uma educação de qualidade, cobrar do governo que tenhamos políticas públicas que tragam essa qualidade”, defende a professora Denise Bertoi, da Escola Maria Clara Tesserolli.
Para a pedagoga da escola Durival de Brito, Valquíria Vieira Paradela, é papel dos trabalhadores da educação lutar em defesa do ensino público. “Eu acho que a gestão anterior pecou na questão de defender a qualidade da educação. Eu, enquanto trabalhadora, me preocupo com o meu salário, mas nós também precisamos nos organizar para defender a qualidade da educação. Infelizmente, vemos alunos chegando ao 5° ano sem estarem completamente alfabetizados”, critica.
Valquíria conta que a pauta é importante porque tem impacto direto na vida profissional e pessoal dos trabalhadores da educação, que na grande maioria, mantém seus filhos estudando na rede municipal. “A minha filha estuda em escola pública e enquanto mãe e trabalhadora da educação eu sofro com o dilema de mantê-la na rede e ser coerente com aquilo que eu acredito, ou procurar uma educação melhor para ela”.
Saúde e Condições de Trabalho
Os problemas enfrentados no exercício da profissão – como a falta de estrutura física das escolas, o alto número do aluno em sala de aula, déficit de professores e a falta de incentivo à formação continuada – afetam também as condições de trabalho e a saúde dos trabalhadores. Para a professora Doraci Rita Cardoso, da escola Albert Schweitzer, esses problemas geram sobrecarga de trabalho e excesso de cobrança sobre os professores, que estão adoecendo.
“Eu vejo como prioridade para essa nova gestão a questão da qualidade de trabalho. Faltam muitos professores, principalmente por causa dos LTS [Licença para Tratamento de Saúde], e a rede não esta preocupada em saber porque os professores estão adoecendo tanto. Além disso, a condição do ICS está cada vez mais precária”, critica a professora da escola Albert Schweitzer. Conforme Doraci, “é preciso cuidar da saúde do professor para que ele possa estar bem mental e fisicamente para desenvolver seu trabalho com qualidade”.
Para a professora Osana Marques Perdigão, o estresse e a sobrecarga de trabalho afetam, principalmente, a saúde mental dos professores. “Há um desgaste muito grande e a saúde mental do professor esta cada vez mais em risco. Hoje, os professores aposentados estão cuidando da saúde e não aproveitando a vida como deveriam”, aponta.
Veja mais fotos da confraternização: