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Eleições e suas repetidas ilusões

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Nessa época de eleições, as propagandas tentam convencer os trabalhadores de que é através do voto, e apenas dele, que podemos transformar a realidade e superar os problemas que prejudicam a educação, saúde, segurança e etc. Somos levados a acreditar que o processo eleitoral contribui fundamentalmente para as transformações sociais que nossa classe, a trabalhadora, necessita.

Todos os direitos que temos hoje foram conquistados a partir da mobilização direta dos trabalhadores nas ruas, e não por concessão de políticos. Por isso, mesmo optando por votar no candidato A ou B, não podemos cair na ilusão de que as eleições por si só irão mudar a nossa vida e de que nosso papel principal é o de eleger representantes que irão “fazer por nós”.

É preciso que sigamos, principalmente, o caminho de ampliar nossa capacidade de organização e mobilização para fazer pressão e exigir respeito e avanço em nossos direitos por quem quer que esteja na administração municipal no ano que vem.

Candidaturas milionárias financiadas por empresas
No período eleitoral, muitos voltam a acreditar que “esse candidato vai fazer a diferença”, que “aquele vai fazer por nós” que “agora vai”. Outros já mais desiludidos com as eleições dizem escolher “o menos pior” ou “antes esse do que aquele”.

Entretanto, não devemos nos esquecer de que por detrás dos candidatos e das propostas que eles defendem, estão as grandes empresas que financiam partidos, candidatos e suas candidaturas milionárias. É por isso que vemos os governos e mandatos em geral se subordinarem aos interesses privados ao invés de atenderem as demandas dos trabalhadores que são maioria da população. Tivemos um exemplo claro disso em 2012. Enquanto se recusava a aumentar em 2% o investimento para o nosso ICS, a Prefeitura ampliou em 217% os recursos destinados à recuperação de vias e asfaltamento, favorecendo empreiteiras e construtoras.

E esse financiamento fica ainda mais claro quando olhamos as receitas dos 12 principais partidos políticos do país: 70,3% são de “doações” de empresas. E isso nós já sabemos: empresas não “doam”, INVESTEM.

Ao invés de escolher o “menos pior”, devemos escolher o melhor para o magistério: nossa organização e luta

Mesmo quem opta por escolher o “menos pior” nas eleições não pode deixar de lado a melhor opção para nossa classe: nossa organização e luta. Devemos investir nosso tempo e energia para seguir aprofundando nossa capacidade de nos organizarmos para, por nossas mãos, avançarmos nas conquistas de direitos e na construção de outra sociedade, justa e igualitária, socialista.

Por isso, nos colocamos novamente no debate sobre as eleições para dizer às professoras e professores da rede municipal de Curitiba e demais trabalhadores: não se dividam, muito menos se agridam para defender candidato A ou B nesse segundo turno das eleições. Pois, eles representarão, em primeiro lugar, os interesses daqueles que financiaram suas campanhas e financiam seus partidos, os interesses da outra classe.

Para nós, sobrará o que já vem sobrando há várias eleições: promessas, desculpas e quando der, mas principalmente quando interessar, alguma política pública ou compensatória.

Mesmo que façamos campanha ou votemos no “menos pior”, não podemos nos esquecer de seguir escolhendo o melhor para todos nós como categoria (professores) e classe (trabalhadores): nossa organização.

Priorizar nossa organização e luta
Devemos defender nossas reivindicações e, ao mesmo tempo, atualizá-las para a construção da nossa Pauta de Reivindicações 2013. Em setembro, entregamos a versão da nossa Pauta construída para 2012 – que foi aprovada em assembleia e defendida na greve de março por mais de 80% de nossa categoria – a todos os candidatos. Entretanto, aqueles que disputam o segundo turno não as incorporaram, nem em parte e muito menos as reivindicações principais, em seus programas de governo.

Os dois candidatos não defendem qualquer uma das reivindicações dos quatro eixos prioritários (Condições de Trabalho, Plano de Carreira, Salário e ICS) que nos levaram à greve do início deste ano, mesmo tendo acesso a nossa pauta há mais de 45 dias.

Por isso, estamos propondo que no mês de outubro todas as professoras e professores façam a leitura, discussão e qualificação dessa mesma pauta, nos mais de 360 locais de trabalho (entre escolas, cmeis, cmaes e outras unidades).

Além de avançarmos na construção da Pauta de 2013, esse debate contribuirá para que lembremos o que nos unificou nos diversos momentos de luta deste ano:

a) Na paralisação de mais de 150 escolas para panfletagem junto à comunidade, no consequente congestionamento das linhas do 156 e nas mais de 30 mil assinaturas coletadas em apoio a nossa luta;

b) Nos dois dias de greve, embaixo de muito sol e de muita chuva. Através da qual barramos o PPQ transformando-o em salário, recuperando perdas de mais de 10 anos e conquistando a implementação da ampliação da hora-atividade, mesmo com todos os problemas causados pela série de acordos não cumpridos pela atual administração;

c) Até na defesa da posição sobre a reposição das faltas dessa greve: ou é para todos ou ninguém repõe. Posição aprovada por unanimidade por mais de mil professores na assembleia de 8 de março e que mantivemos com firmeza até que o direito fosse garantido a todos.

Mais direitos, dessa importância, só serão conquistados por nossas mãos, com mais organização e luta. Participe da organização do debate, defesa e construção de nossas reivindicações em seu local de trabalho!

Sigamos juntos na luta, cada vez mais, pois só ela muda a vida.

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