*matéria publicada originalmente no Jornal Pedagógico, distribuído durante a Expo Educação 2024
Em uma cidade que busca se identificar como educadora, a expansão das matrículas em tempo ampliado nas unidades escolares é apenas o início de um caminho complexo e cheio de percalços.
Para que essa expansão seja efetiva, é fundamental garantir não apenas o aumento de vagas, mas também a qualidade da permanência dos alunos. Isso implica oferecer espaços adequados e materiais de qualidade, além de valorizar os profissionais envolvidos, proporcionando-lhes também condições plenas para o planejamento e a execução de suas atividades.
Nesse contexto, é vital destacar que o plano municipal que visa à ampliação das vagas na Educação Integral sofre com a desorganização da SME.
A Prefeitura tem disponibilizado outros espaços para a realização dessas atividades, muitas vezes distantes das escolas, o que dificulta a logística e limita o acesso. Há Regionais onde a procura por vagas de tempo integral é alta, mas as vagas disponíveis são insuficientes.
E existem outros problemas estruturais que precisam ser solucionados para que a Educação Integral possa realmente cumprir seu papel. Primeiramente, as práticas relacionadas ao movimento devem ser conduzidas por profissionais formados em Educação Física, garantindo assim que as atividades físicas sejam adequadas e seguras para os estudantes.
Também é necessário um aumento no número de profissionais, incluindo inspetoras, pedagogas, articuladoras e professores, para assegurar um atendimento de qualidade que atenda às necessidades de todos os estudantes.
Muitos Centros de Educação Integral (CEIs) estão em condições precárias e necessitam de melhorias estruturais significativas, além de reformas para tornar os ambientes mais acolhedores e funcionais.
Por fim, é igualmente imprescindível a garantia de um profissional de apoio durante o período em que o estudante com deficiência participa das atividades do programa integral, assegurando assim a inclusão efetiva e o suporte adequado a esses alunos.
Diante dessas limitações, fica claro que para uma cidade ser verdadeiramente educadora, ela precisa ir além da expansão numérica das vagas. É necessário um compromisso com a qualidade, a inclusão e a adequação das estruturas e práticas pedagógicas, visando não apenas a educação em si, mas o desenvolvimento integral de cada estudante.