Crise na Educação Infantil de Curitiba

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram
sismmac

*matéria publicada originalmente no Jornal Pedagógico, distribuído durante a Expo Educação 2024

A situação da Educação Infantil em Curitiba, que já apresenta diversos problemas estruturais e pedagógicos sob a gestão da prefeitura de Greca e Pimental, e da Secretaria Municipal de Educação comandada por Maria Bacila, é agravada por tentativas de expansão que comprometem ainda mais a qualidade do ensino ofertado.

Na busca por aumentar o número de crianças matriculadas na pré-escola, a Prefeitura tem adotado práticas que resultam em sérios prejuízos para a qualidade educacional e aumentam a carga de trabalho dos profissionais envolvidos.

Turmas são frequentemente fechadas e as crianças são redistribuídas, resultando em salas superlotadas. Além disso, salas originalmente projetadas para o ensino fundamental estão recebendo as crianças da educação infantil, muitas vezes sem as modificações necessárias para atender às necessidades específicas dessa faixa etária.

A prefeitura se gaba de ter aumentado o número de vagas para crianças de 3 a 5 anos, realocando essa faixa etária para escolas de tempo ampliado. No entanto, essa expansão tem sido realizada às pressas e sem a devida adaptação dos espaços, como banheiros e mobiliário não adaptados para crianças pequenas, falta de materiais de higiene, brinquedos, e até mesmo espaços de lazer adequados.

A formação continuada dos profissionais que atuam nessa etapa também é insuficiente. Na prática, muitas professoras e professores enfrentam turmas numerosas sozinhos, contrariando a própria normativa da Secretaria Municipal de Educação (SME), que prevê um docente para cada 16 crianças, indicando a necessidade de pelo menos duas professoras por turma.

A gestão inadequada da Educação Infantil pela gestão atual compromete a eficácia do processo de aprendizagem conforme a concepção da SME, que define a interação e a brincadeira (linguagens próprias da infância) como os eixos estruturantes do trabalho nessa etapa da vida escolar. Práticas alinhadas com essa abordagem requerem um número suficiente de docentes, além de espaço e estrutura adequados.

A falta de profissionais é outro ponto crítico. Muitos educadores, especialmente nos CMEIs, estão sem hora-atividade garantida, obrigados a realizar planejamentos fora do horário de trabalho.

Esta sobrecarga tem levado ao adoecimento de vários profissionais, refletindo a insustentabilidade da situação atual. Além disso, há uma carência de profissionais de apoio para atender às crianças com deficiência ou transtornos do neurodesenvolvimento, um aspecto crucial para uma educação verdadeiramente inclusiva.
Os projetos propostos pela SME frequentemente sobrecarregam diretores, pedagogas e demais profissionais da

Educação Infantil, sem oferecer as condições adequadas para sua execução. O SISMMAC tem cobrado melhorias efetivas para resolver essas questões. É fundamental que a SME responda às demandas por mudanças estruturais e conceituais, garantindo que a Educação Infantil em Curitiba retorne ao padrão de qualidade que já foi sua marca registrada, assegurando às crianças o direito a um começo de vida educacional pleno e enriquecedor.

 

Posts Relacionados