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Crianças e adolescentes do MST entregam pauta de reivindicações para o governo

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BRASIL DE FATO – Cerca de 2.500 crianças, adolescentes e jovens integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST participaram nesta semana, em Curitiba, do 9º Encontro dos Sem Terrinha e 1º Festival de Artes das Escolas de Assentamento do Paraná, que têm como tema “Por Escola no Campo e Alimentos Sem Agrotóxicos”. Além de apresentações artísticas, oficinas, passeios e palestras, no dia 1º de novembro houve a entrega da pauta de reivindicações o governo no estado.

Entre as reivindicações centrais está investimento e apoio à educação e a cultura, setores que vêm sofrendo retrocessos nos últimos anos, com o fechamento de 24 mil escolas do campo em todo o Brasil. Outro item da pauta é o assentamento para cerca de 6 mil famílias acampadas no Paraná, melhorias nas condições de vida nos assentamentos e acampamentos, com garantia de acesso à energia elétrica, atendimento à saúde e saneamento básico.

O documento busca também a melhoria da merenda, por meio da compra direta de alimentos dos produtores assentados, medidas já existentes em algumas localidades pelo Programa de Aquisição de Alimentos e Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE.

Segundo a integrante do Setor de Educação do MST do Paraná, Sandra Scheeren, o processo de construção da pauta partiu de debates das escolas das brigadas do Movimento. “Têm lugares em que este processo de debate já está acontecendo há bastante tempo. Há um esforço do Movimento em ajudar a debater a pedagogia e a condição da escola, além de contribuir para que a escola consiga fazer a luta por políticas públicas para que a educação no geral seja melhor”, afirma Sandra.

Os estudantes Fabiana Nunes Gottardo, assentada no Município de Manuel Ribas, e Jean Carlos dos Santos de Lima, do pré-assentamento 1º de Maio, em Rio Branco do Ivaí, vão representar as crianças, adolescentes e jovens do MST na entrega da pauta de reivindicação.

Fabiana, de 12 anos, conta que a pauta foi elaborada a partir de vários momentos de conversa sobre a realidade local e a importância da escola para a vida das crianças do campo. “A gente se reunia na escola e discutia sobre a educação, as estradas, anotamos tudo e trabalhamos na pauta para entregar ao governo do estado”, relata a estudante da 7ª série.

“A nossa vontade é de que todas as crianças que estão no campo tenham os mesmos direitos e as mesmas chances de aprendizado das que estão na cidade”, resume o adolescente Jean Carlos, de 13 anos.

Piquenique pela agroecologia

Por meio de um piquenique na Praça Nossa Senhora da Salete, os sem terrinha e os jovens do MST pautaram a necessidade de uma alimentação mais saudável, tanto no campo, quanto na cidade. Os alimentos do piquenique vêm da produção agroecológica de áreas de acampamentos e assentamentos da reforma agrária do estado.

A atividade fez parte da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, iniciada pela Via Campesina em 2011 para tornar público e amplo o debate sobre o uso e a comercialização de agrotóxicos.

Segundo o procurador de Justiça do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente, Saint-Clair Honorato dos Santos, a cada ano são notificados 800 casos de contaminação por agrotóxicos no Paraná. Para além dos dados oficiais, o procurador garante haver um elevando índice de subnotificações. A estimativa é que ocorram 40 mil casos de intoxicação e contaminação anualmente.

Os dados nacionais e mundiais também são alarmantes: de acordo com pesquisas apresentadas por Rosa Maria Wolff, cerca de 70 mil brasileiros morrem a cada ano por contaminação com agrotóxicos, e no mundo 3 milhões, no mesmo período.

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