A trabalhadora vigilante Regina Cruz assumiu na quarta-feira, 2 de junho, a presidência da CUT-Paraná, em solenidade realizada na sede estadual da Central, com a participação de representantes de diversos sindicatos.
Regina é a segunda mulher a ocupar o cargo na história da instância estadual da Central. Nesta entrevista concedida ao site da CUT-PR, ela fala sobre este desafio e também a respeito das lutas que pretende travar no período em que estará à frente da central.
Imprensa CUT-PR – Qual é o principal desafio de assumir a presidência estadual da CUT interinamente?
Regina – Assumo a Central por um período pré-determinado de cinco meses. Não é muito tempo para desenvolver um trabalho sistêmico e planejado, mas vou envidar todos os esforços necessários para continuar as lutas travadas por esta gestão. Acredito que o principal desafio é o de tocar adiante os projetos e demandas da CUT Paraná e pensar novas estratégias neste curto espaço de tempo.
Imprensa CUT-PR – Quais são as demandas que você irá priorizar neste período?
Regina – Um grande avanço desta e das últimas duas gestões da CUT Paraná foi a reorganização das regionais. Pretendo dar atenção especial para as demandas que vêm do interior e do litoral, mas sem deixar de lado as lutas de Curitiba e Região Metropolitana. Também estão começando as campanhas salariais do segundo semestre. Vamos convocar as entidades que representam essas categorias, como bancários, petroleiros, trabalhadores dos correios e metalúrgicos, para unir forças em torno de uma grande campanha salarial unificada. O objetivo é traduzido pela máxima sindical de que “juntos somos mais fortes”. Também vamos continuar a pressão pela aprovação, no Congresso Nacional, do Projeto de Lei que reduz a jornada semanal de 44 para 40 horas e pela ratificação da Convenção 158 da OIT, que proíbe a demissão imotivada e coloca um fim na alta rotatividade no mercado de trabalho, instrumento patronal que reduz a massa salarial e discrimina os mais velhos.Outra demanda que já está colocada são as eleições. Nós, enquanto Central Única dos Trabalhadores, temos a missão de apresentar a Plataforma Democrática dos Trabalhadores aos candidatos e mostrar para a sociedade quais são os que realmente estão compromissados com a classe trabalhadora. Este documento reúne as principais reivindicações do movimento sindical cutista para o desenvolvimento econômico, com crescimento sustentável, geração de emprego e distribuição de renda.
Imprensa CUT-PR – Você é a segunda mulher na história da CUT Paraná a ocupar o cargo de presidente. O que isso representa?
Regina – Representa o avanço da mulher na sociedade. Se antes estávamos restritas ao trabalho doméstico e às profissões ligadas à saúde, agora estamos, pouco a pouco, conquistamos mais espaço. Ainda não chegamos onde queremos estar, que é na situação de pé de igualdade com o universo masculino, mas certamente estamos avançando. Entretanto, um obstáculo segue colocado em nosso caminho. As mulheres ainda são minoria nos cargos públicos eletivos. O Congresso Nacional é um exemplo estarrecedor. Dos 513 deputados na Câmara, apenas 46 são mulheres, ou seja, 8,97%. No Senado, dos 81 parlamentares, 10 são mulheres, apenas 12,34%. Portanto, a luta feminista ainda tem muito a conquistar.