Na quarta-feira (29), o Coletivo de Aposentadas e Aposentados do SISMMAC embarcou em uma jornada de descoberta e solidariedade para visitar o Assentamento do Contestado, na Lapa, administrado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Foram momentos especiais, que deram a oportunidade de conhecer uma realidade até então distante de suas vidas, proporcionando uma visão mais clara da luta e da resiliência das comunidades rurais.
O Coletivo embarcou em uma jornada que não só os aproximou do campo, mas também do coração do movimento de reforma agrária no Brasil que sofre, muitas vezes, com o preconceito incentivado por setores econômicos que defendem um modelo excludente e concentrador de distribuição de terras.
Para a diretora do SISMMAC, Adaisi do Rocio de Paula Cordeiro, é importante compreender a história e a luta do povo do campo: “Hoje, muita gente está vendo aqui que o lugar comum da história pertence a cada um de nós, trabalhadores.”
A viagem incluiu uma visita à Cooperativa Terra Livre e à Escola Latina. As professoras e os professores aposentados puderam entender melhor a proposta de saúde e educação adotada pelo assentamento. Além disso, eles tiveram a chance de explorar a rotina e as práticas agroecológicas que sustentam as famílias que agora vivem e trabalham na terra antes improdutiva.
A professora aposentada, Alice Maria Nascimento Destre, compartilhou suas impressões da visita: “Estou maravilhada com a oportunidade que tive pelo coletivo de aposentados e vir conhecer o Contestado aqui na Lapa. Era um movimento muito discriminado, marginalizado, e o que nós aprendemos e vivenciamos hoje é uma história de conhecimento e sabedoria. Temos todos nós que ser gratos e respeitar mais o pessoal do campo.”
Outra participante, Sandra Mara Rizzardi, destacou a importância de compartilhar essa experiência: “A gente vai poder, para as nossas famílias, para os nossos amigos, mostrar e contar um pouco dessa realidade que muitas vezes a mídia distorce por interesses do agronegócio e de políticos mal-intencionados. Não querem o bem da coletividade, mas sim o interesse de poucos.”
O MST desponta, há mais de dez anos, como o maior produtor de arroz orgânico da América Latina, conforme o Instituto Riograndense de Arroz (Irga): só na safra 2022/2023 foram 16 mil toneladas. Durante a pandemia de Covid-19, o Movimento doou mais de 7 mil toneladas de alimento, em um momento em que dezenas de milhões de brasileiros passavam fome.
Ivone Andrussievi enfatizou a relevância do movimento de reforma agrária em um momento em que o campo enfrenta desafios e críticas: “Toda pessoa que critica o MST deve conhecer um assentamento antes de fazer conclusões precipitadas. A minha preocupação muito grande foi quando eu vi pela televisão, abrindo-se uma CPI para investigar pessoas como o MST, que é um movimento legítimo e necessário para uma vida melhor.”
A visita ao Assentamento do Contestado proporcionou às professoras e aos professores aposentados não apenas um dia de aprendizado, mas também uma oportunidade de cultivar a solidariedade e de valorizar a importância do trabalho das famílias do campo. Essa experiência certamente deixou uma marca duradoura em todas e todos que participaram, e mostrou como é importante conhecer e compreender as realidades que estão além de nossas próprias vivências.
Confira aqui a galeria de fotos.
Fonte: Sismmac