Os cirurgiões-dentistas da prefeitura de Curitiba aprovaram, agora a pouco, a realização de uma greve. O início do movimento está definido para o dia 22 de setembro, caso não haja avanços nas negociações com a administração municipal. A decisão foi tomada em assembleia realizada na sede do ABO, na qual participaram cerca de 250 profissionais. Além da greve, o segmento também ratificou a realização de um ato público neste dia 17, a partir das 9 horas, na Boca Maldita.
As falas dos cirurgiões-dentistas durante a assembléia foram marcadas pelo descontentamento pela forma como vêm sendo tratados pelo prefeito Luciano Ducci. A diferenciação da carreira em relação aos médicos está entre os principais fatores para motivar a mobilização. Eles aguardam uma audiência com o prefeito, visando o avanço nas reivindicações, conforme o ofício 228, do Sismuc, protocolado no último dia 29.
Para a secretária de assuntos jurídicos do Sismuc, Irene Rodrigues, “a decisão da categoria foi madura e ficou muito claro que foi uma decisão empurrada pela própria administração. As pessoas compreenderam a falta de respeito do Ducci com eles”. Ainda segundo Irene, “os canais de negociação se esgotaram, não tinha outra alternativa. Agora está nas mãos da prefeitura reverter isso, basta atender os trabalhadores”.
Punições na greve
As punições aos servidores grevistas também foram abordados durante a assembleia. Dentre as principais dúvidas estavam a redução de notas na avaliação em estágio probatório ou para crescimentos na carreira. Conforme esclarecido pelo advogado do Sismuc Ludimar Rafanhim, as ações jurídicas sobre este assunto tem sido favoráveis aos trabalhadores. Como exemplo, ele citou o processo da greve de 2009, que obriga a prefeitura a ressarcir servidores nos prejuízos dos reflexos salariais. A única questão que permanece sem resolução é o desconto do dia parado, que depende da boa vontade da administração.
Sem acordo
Na última reunião de negociação, representantes da prefeitura apresentaram uma proposta de aumento salarial de 10% em 2012 e mais 10% em 2013. No entanto, a medida implicaria no fim da gratificação de 20% do saúde da família, o que anularia o ganho para boa parte dos profissionais. Na ocasião ressaltou-se que não haveria margem para outra proposta. Insatisfeitos, os cirurgiões-dentistas iniciaram uma campanha junto à população sob o lema “Quem faz o sorriso de Curitiba merece respeito e valorização”.
Além de diretores do Sismuc, a assembleia também contou com a presença de representantes do CRO, da ABO e do Sindicato dos Odontólogos.