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Brasil de Fato: Paralisados, rodoviários cogitam “catraca livre” no Rio

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Depois de dois dias de paralisações, trabalhadores rodoviários se reúnem, nessa quinta-feira (15), às 16h, na Candelária, no Centro do Rio de Janeiro, para decidir se seguirão em greve ou se será possível negociar com o consórcio Rio Ônibus. Caso não haja negociação, os trabalhadores prometem colocar em votação a possibilidade dos ônibus circularem de forma gratuita.

“Pedimos a população carioca que esteja presente em nossa assembleia, onde iremos decidir os rumos do movimento. Uma das possibilidades será a catraca livre, onde trabalharemos normalmente e a população não pagará passagem. Não receberemos dinheiro e nem cartões vales-transporte, só passará nas roletas os cartões gratuidades”, informou a comissão de trabalhadores rodoviários nessa quarta-feira (14), em nota divulgada nas redes sociais.

O líder da greve Hélio Alfredo Teodoro, motorista da Auto Aviação Real, informou que os rodoviários querem chegar a um acordo o mais rápido possível para regularizar o serviço. “Estamos abertos à negociação. Esperamos que, nessa quinta, venham dialogar com a gente, e também espero que a Prefeitura intervenha em favor dos trabalhadores e intime o sindicato a sentar com a categoria para negociar. Eles sabem que estão errados e não admitem. E quem sofre com isso é a população”, declarou.

Os trabalhadores acusam o Sindicato Municipal dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sintraturb) de negociar o aumento de 10% sem a autorização da categoria. Segundo o vice-presidente do Sintraturb, Sebastião José da Silva, a questão foi decidida em assembleia. Já os trabalhadores negam que tenha sido assim. “Sebastião diz ter uma lista de pessoas que concordaram com o acordo, mas o que ele tem é apenas uma listagem de presença na primeira assembleia. Mas nunca concordamos com os 10%. Deveria ter sido feito uma segunda assembleia para votar a proposta dos patrões e isso nunca aconteceu”, explica Hélio.

Na terça-feira (13), depois da audiência no Tribunal Regional do Trabalho, Sebastião José admitiu que a proposta aprovada em assembleia não era a de 10% negociado com os patrões. “Os trabalhadores que foram a assembleia do sindicato aprovaram a proposta de 20%. Nós negociamos 10%”, afirma o sindicalista.

Reivindicações

Entre as principais reivindicações da categoria está o fim da dupla função (motorista e cobrador), melhores condições de trabalho, aumento salarial de 40% e da cesta básica, que hoje é 140 reais. “Nós não temos banheiro, não temos hora de almoço, a maioria trabalha de 14 a 15 horas direto, sem banheiro e alimentação. Tem muito motorista que bate porque tem vertigem no volante”, relata a cobradora Maura Lúcia Gonçalves, da empresa São Silvestre.

Ela conta ainda que, em 10 anos de profissão foram nove infecções urinárias. “Passamos muitas horas sem ir ao banheiro e sem tomar água. Além disso, o estresse da profissão está levando trabalhadores a problemas psiquiátricos, muitos estão tomando remédio tarja preta, e quando isso acontece ele perde o direito de dirigir. Essa situação se agrava quando exercem a dupla função”, ressalta a cobradora, uma das mais antigas da empresa.

Até a semana que vem, duas importantes ações deverão ser julgadas pela justiça. Uma dela é o pedido de reconhecimento da comissão de trabalhadores como assistente no processo, pois até agora não foi citada como parte interessada. E a outra decisão será sobre a legalidade das paralisações.

Fonte: Fania Rodrigues – Jornal Brasil de Fato

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