Na última segunda-feira (7), houve mais uma manifestação no Rio de Janeiro com a participação de professores. De acordo com o SEPE/RJ, o Ato pela Educação e contra a Violência, na Candelária, reuniu mais de 50 mil pessoas em defesa da educação, com uma passeata das redes estadual e municipal em direção à Cinelândia.
Os manifestantes tomaram a Avenida Rio Branco para protestar contra a repressão da polícia militar e pelo livre direito de expressão. No final do ato, já na Cinelândia, foram registrados conflitos violentos entre policiais militares e grupos de manifestantes: bombas de efeito moral, gás de pimenta e repressão violenta dos policiais acabaram atingindo vários profissionais de educação e manifestantes que participaram do ato para apoiar a educação pública estadual e municipal.
A passeata foi feita de forma pacífica, com militantes de vários segmentos da sociedade civil, profissionais de educação e estudantes tomando as ruas para mostrar o seu apoio aos educadores das redes estadual e municipal, que têm sofrido com a violência dos policiais de choque em manifestações recentes. Já no final do trajeto, a confusão irrompeu em meio a conflitos entre grupos de manifestantes que participavam do ato e policiais que lançaram dezenas de bombas e atacaram a multidão com gás de pimenta, o que provocou correria e confusão, com pessoas sofrendo com o efeito do gás e das bombas lançadas pelos policiais.
A educação pública no Rio de Janeiro está ameaçada com o fechamento de escolas e turmas, superlotação de salas de aulas e berçários de creches, pagamento de salários miseráveis e promoção de aprovação automática, tudo para desviar o dinheiro público para empresários e promover a privatização da educação.
No dia 8, a greve dos trabalhadores em educação das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro completou 60 dias. Os professores municipais pedem negociação e revogação do Plano aprovado de forma autoritária no dia 2 de outubro.
Todo apoio à luta dos professores do Rio de Janeiro
A violência do prefeito Eduardo Paes (PMDB) e do governador Sérgio Cabral (PMDB) contra os professores é sistemática desde o dia 28 de setembro. Nessa data, a Polícia Militar retirou, à força, os trabalhadores da educação que ocupavam a Câmara dos Vereadores em protesto contra aprovação do projeto de plano de carreira.
Os professores rede municipal haviam suspendido a paralisação no dia 10 de setembro, depois de mais um mês parados. A retomada da greve, a ocupação da Câmara de Vereadores e os últimos protestos são as respostas da categoria ao golpe do prefeito Eduardo Paes, que descumpriu o prometido e enviou proposta de novo plano de carreira diretamente à Câmara dos Vereadores, sem antes consultar o magistério. Segundo o sindicato, a proposta não atende as revindicações do magistério e deixa de fora 93% da categoria.
Em solidariedade à luta dos professores do Rio de Janeiro foram realizadas manifestações em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.
Clique aqui para conferir a nota de apoio do SISMMAC aos professores do Rio de Janeiro, aprovada na reunião do Conselho de Representantes do dia 2 de outubro.
Com informações do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do RJ – SEPE/RJ