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Ato em Curitiba reunirá manifestantes em solidariedade aos desalojados do Pinheirinho

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Na próxima quinta-feira, dia 2, será realizado um ato em Curitiba em solidariedade às cerca de seis mil pessoas que foram desalojadas de maneira violenta na ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos (SP). A manifestação, organizada pelo Comitê Curitiba em Solidariedade ao Pinheirinho, irá acontecer na Boca Maldita, a partir das 11h.

O grande ato nacional em defesa do Pinheirinho também vai acontecer na próxima quinta-feira. Diversas entidades sindicais, estudantis e do movimento popular de todo país vão se concentrar na Praça Afonso Pena, em São José dos Campos, para realizar a manifestação. Os ativistas iniciarão a passeata às 9 horas e vão seguir pelas principais ruas do centro da cidade. Delegações de diversas cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte já confirmaram presença, e atos locais se espalharão por outras cidades do país.

Com a proximidade da Copa do Mundo, moradores de Curitiba e Região Metropolitana podem sofrer ataques semelhantes ao da comunidade Pinheirinho. Diversas famílias que moram em áreas irregulares já estão sendo ameaçadas pela polícia e poderão ser desalojadas. Isso porque essas áreas podem servir a interesses maiores do Governo Municipal e Estadual para a Copa, como o uso de terrenos para especulação imobiliária.

Solidariedade

A direção do SISMMAC participou da última manifestação em solidariedade aos moradores desalojados, realizada no dia 23 de janeiro, e está acompanhando as reuniões do Comitê Curitiba em Solidariedade ao Pinheirinho.

Nó próximo dia 2, o magistério de Curitiba estará representado nas manifestações que serão realizadas em Curitiba e em São José dos Campos. Mantenha-se informado sobre a luta do Pinheirinho e participe do ato público que acontecerá a partir das 11h, na Boca Maldita!

Desocupação violenta

Na madrugada do dia 22 de janeiro, cerca de seis mil pessoas que moravam há oito anos na ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), foram desalojadas de maneira violenta. Dois mil policiais participaram da ação truculenta, que envolveu bombas de gás de efeito moral, sprays de pimenta e até mesmo tiros que atingiram diversos moradores.

A ação da PM deixou várias pessoas feridas e retidas. Moradores da ocupação falam de pessoas desaparecidas e inclusive de mortos. Um dos casos confirmados é o de David Furtado, ajudante de pedreiro de 32 anos que corre o risco de ficar paraplégico. Ele foi baleado enquanto saía do Pinheirinho com seu filho de 10 meses no colo.

Milhares de famílias foram expulsas violentamente de suas casas, enquanto o Estado protegeu apenas interesses de um diminuto número de milionários. Por trás do massacre do Pinheirinho, existem os interesses do setor imobiliário da cidade e das grandes construtoras que pretendem lucrar com o terreno onde viviam milhares de trabalhadores que tiveram o direito básico da moradia negado.

Por oito anos, os governos trataram a ocupação Pinheirinho com descaso, sem prestar qualquer serviço público ou saneamento básico. Depois de todos esses anos em que as famílias construíram suas vidas no local, o Estado optou pela violência e radicalização.

O Pinheirinho foi construído no terreno de uma fábrica abandonada, a Selecta, posse do especulador Naji Nahas, que aplicou golpes milionários e foi condenado por lavagem de dinheiro e corrupção. Existem dúvidas se o terreno realmente pertence a esse magnata ou se ele conseguiu a posse por meio de grilagem. Mesmo assim, 1.600 famílias pobres foram desalojadas para favorecê-lo.

As famílias do Pinheirinho ainda estão sem assistência digna e passam necessidades. Algumas foram colocadas em abrigos improvisados pela prefeitura, sem qualquer tipo de acesso a bens mínimos de habitação digna. Outras pessoas foram alojadas provisoriamente em Igrejas e outros estabelecimentos. Mesmo depois do massacre, a Polícia e o Estado não cessaram os ataques, e houve ações violentas mesmo nos alojamentos, que mantém o clima de terror e brutalidade. 

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