Cerca de dois mil pescadores ocuparam, nesta terça-feira (16), o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). Eles reivindicam avanço nas pautas dos atingidos pela barragem, em especial ao pagamento da indenização justa e ao reassentamento com moradias adequadas.
A ação é organizada pela colônia de pescadores, com a participação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Levante Popular da Juventude, além de outras organizações.
Os manifestantes, vindos de toda a região, reivindicam uma definição da Norte Energia sobre os locais de reassentamento, além de não aceitarem as casas propostas pela empresa, que antes oferecia três tamanhos diferentes em alvenaria, mas agora se limita apenas a de menor área com paredes de concreto.
Para o MAB, os erros e violações dos direitos humanos cometidos em Belo Monte, desde o licenciamento até hoje, quase dois anos após o início da construção da barragem, ainda não foram corrigidos e os problemas estão se agravando. Enquanto isso, a Norte Energia continua sem avançar na pauta de reivindicações. “As mobilizações dos pescadores são uma luta de todos os atingidos, uma luta justa e necessária para obter a garantia dos direitos dos atingidos, em especial dos pescadores”, diz o movimento.
De acordo com os manifestantes, a ação é pacífica e a duração da ocupação é indeterminada, pois prometem sair apenas com encaminhamentos concretos nas pautas. “Os atingidos esperam que o governo se utilize do diálogo e não das forças de repressão, como tem sido prática constante do Ministério de Minas e Energia no tratamento dos atingidos em hidrelétricas”, afirmam.
Fonte: Brasil de Fato