Nesses oito meses da gestão perversa de Rafael Greca, o
prefeito mostrou a que veio: fazer o serviço sujo. Em pouco tempo, atacou
direitos sociais essenciais para a maioria da população trabalhadora de
Curitiba e garantiu os privilégios e lucros de políticos e empresários que o
sustentam e apoiam.
O ajuste fiscal continua mesmo após aprovação do pacotaço.
Projetos de lei como o Adote uma Escola e o da terceirização da saúde e da
educação via organizações sociais (OSs) foram aprovados. O apoio do prefeito ao
projeto Escola Sem Partido: Lei da Mordaça nas escolas e o andamento do projeto
que cria o CuritibaPrev, um fundo de previdência privada para os servidores,
também são parte do projeto de ajuste fiscal iniciado pelo prefeito. Todos
esses ataques aprofundam drasticamente o desmonte dos serviços públicos da
cidade e escancaram as portas do orçamento que também é público para o lucro
privado.
O projeto de gestão de Greca é elitista, com privilégios
para poucos. E, se é para poucos, é porque muitos sentirão a piora em suas
condições de trabalho e de vida. Para esses muitos trabalhadores e
trabalhadoras, incluindo nós servidores públicos de Curitiba, resta fortalecer
a nossa organização como categoria e junto a nossa classe. É preciso reforçar a
resistência ativa a esse projeto perverso e construir condições para a
recuperação dos direitos sociais de quem trabalha e de quem depende dos
serviços públicos.
Ataques promovidos pela gestão Greca e aprovados pela
bancada do tratoraço
Falta de professores
#@txt607@#A gestão Greca reconheceu a falta de mais de mil
professores e anunciou a contratação de 700 trabalhadores em janeiro.
Entretanto, evidenciando as prioridades da administração, sete meses depois,
nomeou pouco mais de 120 profissionais, entre eles professores de docência I e
II e professores da educação infantil.
Várias escolas não conseguem garantir os 33,33% de
hora-atividade, o que piora a qualidade do trabalho pedagógico, a organização
da escola e aumenta o desgaste dos professores com a sobrecarga de trabalho.
Terceirização via OSs
#@txt608@#A qualidade que já não estava boa, com a
terceirização tende a ficar ainda pior. A bancada do tratoraço atropelou
qualquer discussão e aprovou em pouco mais de 10 dias a privatização de setores
públicos essenciais da nossa cidade.
Agora, postos de saúde, escolas e CMEIs, que foram
construídos com dinheiro público, podem ir para as mãos da iniciativa privada.
As empresas que assumirem a administração dessas unidades não precisarão fazer
licitação, não são obrigadas a contratar através de concurso público e não
serão submetidas a quase nenhum controle e fiscalização. O que abre ainda mais
portas para a corrupção com dinheiro público.
Sem contar que trabalho terceirizado é trabalho precarizado:
piores salários, piores condições de trabalho e piora na qualidade da saúde e
da educação.
CuritibaPREV
Até o fechamento dessa edição do jornal Diário de Classe, o
CuritibaPREV não foi para o plenário da Câmara Municipal, mas, a administração
do prefeito Rafael Greca já mostrou que tem interesse em privatizar a
aposentadoria dos servidores municipais. Não à toa, o projeto que desobriga a
Prefeitura de fazer os aportes mensais ao Instituto de Previdência dos
Servidores do Município de Curitiba (IPMC) foi aprovado na primeira leva do
pacotaço.
Nesse segundo momento, o prefeito quer criar um fundo de
previdência privada e estabelecer um teto salarial para todos os novos
servidores,algo que não existe hoje. A administração da aposentadoria dos
servidores deverá ser entregue para bancos e empresários, sem nenhuma
responsabilidade para a administração municipal. Além disso, a criação do
CuritibaPREV impacta diretamente na sustentabilidade do nosso Instituto de
Previdência.
Nossa resistência é a luta pela educação pública de
qualidade
Nossa mobilização com a comunidade é essencial para a
construção da nossa luta
Em suas propagandas e declarações, a administração faz
parecer que o problema do serviço público de Curitiba somos NÓS trabalhadores.
Eles afirmam que somos “cheios de privilégios”, “trabalhamos pouco”, “ganhamos
muito e reclamamos sem razão”.
É preciso combater essa mentira mostrando a realidade. A
campanha Escola sem Filtro tem esse objetivo! Vamos levantar e denunciar os
problemas que enfrentamos no chão da escola.
Como fazer esse levantamento da realidade?
No mês de setembro, as professoras devem se organizar e
levantar a quantidade de professores, inspetores, pessoal do administrativo,
limpeza e alimentação que está faltando ou que foram reduzidos. Faça o
levantamento dos problemas estruturais das escolas e da falta de verba para
manutenção e investimentos.
Esse diagnóstico será entregue à Prefeitura em outubro,
durante a nossa Campanha Salarial, em um grande ato público.
Como denunciar os problemas para a comunidade?
Através de reunião ou assembleia com os pais, panfletagem,
mural ou cartaz com os problemas levantados ou outra forma que for definida
pelo coletivo de trabalhadores da escola.
#@txt606@#Envie o levantamento para a direção do SISMMAC
formar o mapa dos problemas das escolas de Curitiba.
Como envolver a comunidade nessa luta?
O primeiro passo é denunciar esses problemas para a
comunidade com a qual trabalhamos. Mostrar a realidade do chão da escola para
as mães e pais dos alunos e pedir apoio para cobrar a recuperação dos problemas
da unidade.
As mães e pais podem apoiar com a participação no ato
público, que acontecerá em outubro! Chamaremos a imprensa e apresentaremos o
Plano de Recuperação das escolas.
A comunidade também pode pressionar a administração
municipal com ligações para os núcleos regionais da educação e para o 156.