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Assalto à E.M. Osvaldo Cruz levanta discussão sobre violência nas escolas

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Na sexta-feira (28), a Escola Municipal Dr. Osvaldo Cruz, no bairro Novo Mundo, foi assaltada. Um jovem entrou no estabelecimento um pouco antes do horário de saída dos alunos e, ameaçando uma das professoras com uma faca, fez com que os funcionários que estavam no local entregassem bens pessoais e um dos aparelhos de som da escola.

Uma das professoras que trabalha no local explica que, ao longo do ano, a Escola Dr. Osvaldo Cruz foi assaltada durante feriados ou finais de semana. Entretanto, é a primeira vez que algo assim ocorre durante o horário de aula.

“Até então a violência não tinha passado do portão para dentro, pelo menos durante os dias de aula. Foi uma situação muito difícil, muito perigosa. Nossa sorte foi que mantivemos a tranquilidade apesar do grande risco que corremos. Se um dos alunos tivesse entrado na Secretaria naquele momento, poderia ter ocorrido uma desgraça”, conta.

A escola fica próxima a uma região de grande vulnerabilidade social, onde a ineficiência do poder público em garantir infraestrutura e serviços públicos de qualidade dá espaço para a consolidação do tráfico de drogas. Segundo a professora, os casos de arrombamentos e assaltos são comuns nas escolas e CMEIs da região. Em uma dessas unidades de ensino, os professores já tiveram que cancelar as aulas noturnas por causa do toque de recolher imposto pelos traficantes.

“Esse assalto representou uma violência psicológica muito grande. Temos medo de voltar para a sala de aula porque sabemos que são pessoas da região. Queremos que a Prefeitura tome providencias porque assim como alguém entrou dessa vez, outro pode entrar no futuro”.

Violência como questão social
O problema da violência não se restringe apenas a Escola Municipal Osvaldo Cruz. Esse é um assunto cada vez mais comum nas escolas da rede e reflete, na verdade, o aumento da concentração de renda e da violência em Curitiba.

A Prefeitura tem obrigação de garantir condições de trabalho dignas e seguras para os trabalhadores do serviço público. Cada acidente de trabalho ou violência vivida nas escolas deve ser entendido como resultado direto da falta de ação Prefeitura, que não se preocupa com a saúde e segurança dos seus trabalhadores.

Entretanto, sabemos que não basta investir apenas na resolução dos “sintomas” da violência, é preciso agir nas causas sociais que a geram. Desigualdade social, miserabilidade e a falta de acesso à educação e a outros bens produzidos pela humanidade estão entre as principais causas da violência.

Hoje, a Prefeitura utiliza as gratificações como forma de “maquiar” os problemas sociais de algumas regiões da cidade. Em vez de enfrentar os problemas, a administração investe em convencer os servidores a colocarem sua saúde em risco em prol de um retorno financeiro.

Saúde não se vende! Os trabalhadores não devem abrir mão de suas condições de trabalho e de sua segurança em troca de uma gratificação salarial. Devemos lutar, de forma combinada, por valorização salarial e por condições de trabalho que nos permitam formar – com segurança e qualidade – as crianças de Curitiba.

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