Neste sábado, dia 31 de março, completam-se 48 anos do golpe armado que instalou a ditadura militar no Brasil. A data lembra o início de um triste período da história brasileira, que se estendeu por 21 anos e deixou um número incalculável de presos, perseguidos políticos, torturados e mortos.
A data é uma lembrança triste da nossa história, mas deve servir como um marco da luta travada por milhões de trabalhadores que não aceitaram a imposição de um regime autoritário e repressivo e lutaram por seus direitos. Além da repressão feita a quem se manifestava e se organizava para derrubar o regime, a ditadura também anulou diversas garantias do conjunto dos trabalhadores, agindo como instrumento para arrochar salários e tirar direitos: suspendeu o direito de greve, caçou sindicatos e acabou com a liberdade de organização política dos trabalhadores.
A memória da luta travada pelos trabalhadores nesse período deve permanecer viva para a nossa classe. Não podemos aceitar que os crimes cometidos nesse período permaneçam impunes. Hoje, o Estado brasileiro segue protegendo os assassinos e torturadores, que mutilaram física e politicamente os trabalhadores nesse período.
A Comissão Nacional da Verdade, sancionada depois de uma longa, tumultuada e polêmica tramitação no Congresso Nacional, permanece apenas no papel.
Na última quinta-feira (29), foi realizada uma manifestação em Curitiba, na Boca Maldita, em defesa da instalação imediata da Comissão da Verdade. A direção do SISMMAC apoiou a organização e esteve presente no ato público.
Essa comissão tem como objetivo esclarecer as circunstâncias de violação de direitos humanos durante a ditadura, como mortes, tortura, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres. Para muitas famílias, essa é vista como a última esperança de resposta sobre familiares que desapareceram durante o período o regime militar, sem qualquer explicação.
