O uso de imagem inadequada em prova da Rede Municipal de Ensino foi um erro que teve repercussão. No entanto, o caso deu oportunidade ao magistério para apresentar à sociedade sua posição sobre o processo de avaliação da SME.
Em entrevista a jornal de circulação estadual, a professora Ângela Maria de Castro relatou que a prova fere a autonomia das escolas e compromete o planejamento escolar. “O professor só pensa em se sair bem, há muita competitividade entre as escolas e os alunos chegam a ficar estressados”, afirmou a professora.
Por este motivo o Sismmac apresentou o pedido para a realização de audiência pública com o objetivo de debater o sistema de avaliação, que foi totalmente ignorado.
O magistério municipal já construiu o conceito de que a avaliação deve estar ajustada ao Projeto Político-Pedagógico. Precisa considerar a caminhada do aluno em relação ao seu próprio processo de aprendizagem. Deve ser diagnóstica, processual, contínua e ocorrer durante todo o processo ensino-aprendizagem.
Neste caso, quem avalia precisa conhecer a realidade do aluno, reconhecer e valorizar o conhecimento trazido pela criança, tendo isto como ponto de partida para a construção de novos conhecimentos, com trabalhos em grupos, em duplas, a cooperação como um dos elementos centrais do processo, dentre outros.
Ao contrário disto, a avaliação da SME ocorre de forma pontual, concentrada e fragmentada do processo construído em cada escola.
Coincidência
Segundo a superintendente Meroujy Giacomassi, da Secretaria da Educação, a demissão da chefe do Dept. de Ensino Fundamental Nara Salamunes não ocorreu devido ao erro da publicação de imagem obscena na prova do 1º ano. Segundo ela, foi apenas coincidência o fato e a saída terem ocorrido no mesmo dia.
Assédio
Jornalistas procuraram o Sismmac para saber de professores que poderiam apresentar opiniões a respeito da imagem na prova. Segundos eles, professoras procuradas nas escolas afirmaram que não poderimam se pronunciar, sob a ameaça de ter de assinar termo.