8M: mercado de trabalho é pior para mulheres

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Presentes no mercado de trabalho, atuantes em todas as
áreas, as mulheres ainda são penalizadas com a dupla jornada e os menores
salários mesmo fazendo as mesmas atividades e funções que os homens.
Os dados
comprovam que, apesar de alguns avanços, ainda há muita luta para as mulheres
alcançarem a igualdade de direitos e reconhecimento no mercado de trabalho.

A média geral dos salários das mulheres é 22% inferior ao
dos homens
, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Sócio Econômicos (Dieese).

A responsabilidade sobre os afazeres domésticos ainda recai
sobre as mulheres. São elas que, mesmo trabalhando fora, dedicam mais tempo
para a atividade, que representam em média 21 horas semanais, enquanto homens
gastam uma média de 10 horas semanais
, aponta estudo do DIEESE.

Mesmo com maior escolaridade, 25% das mulheres brasileiras
com idade entre 25 a 34 anos têm ensino superior contra 18% dos homens com a
mesma idade, as mulheres não têm o reconhecimento no mercado de trabalho. Entre
elas, o salário é em média 38% inferior ao dos homens com formação no terceiro
grau. Além disso, as mulheres são maioria entre os desempregados, 37% contra
27% dos homens, e apenas 39% dos cargos de direção ou chefia são ocupados por
elas.

“Embora a disparidade de gênero na educação favoreça as
mulheres, a situação no mercado de trabalho é ao revés”, afirma o relatório da
Education at Glance 2019, divulgado pela Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), destacando que a prevalência feminina na
educação superior brasileira é uma das maiores entre 36 países estudados.

A representatividade das mulheres na vida pública ainda é
muito pequena, apenas 11,3% dos parlamentares do Congresso Nacional são
mulheres. É a pior representatividade entre os países da América do Sul,
conforme o IBGE.

Mulheres negras

A dimensão educacional também revela a grande desigualdade
existente entre as mulheres, segundo sua cor ou raça: 23,5% das mulheres
brancas têm ensino superior completo, um percentual 2,3 vezes maior que o de
mulheres pretas ou pardas (10,4%) que concluíram esse nível de ensino.

Ainda conforme estudo do Instituto Geledés, o
empreendedorismo por necessidade, o mesmo que trabalho informal, é mais forte
entre as mulheres negras – 49% – do que entre as brancas – 35%. E, segundo o
SEBRAE, somente 21% das empreendedoras negras têm CNPJ contra 42% das mulheres
brancas.

Na luta

Alvo de machistas e conservadores, as mulheres ainda sofrem
com a falta de vagas em creches e escolas para atender seus filhos e filhas, e
estão cada vez mais assumindo a responsabilidade pelas famílias, com salários
inferiores aos dos homens, e sem que políticas públicas que reconheçam a dupla
e a tripla jornada das mulheres devido ao “trabalho doméstico invisível” .

A luta contra a opressão e pelo fim de toda exploração deve
ser contínua. Foi com luta que as mulheres conquistaram dignidade nos ambientes
de trabalho minimizando o assédio sexual, o direito ao voto, e será com luta
que vamos avançar na conquista do reconhecimento e na representatividade na
vida pública.

Mulheres avante!

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