Na próxima quinta-feira, dia 19 de abril, acontecem duas grandes manifestações de trabalhadores no Paraná. Pela manhã, os servidores estaduais da saúde vão fazer pressão nos patrões se reunindo na Boca Maldita, a partir das 9h, e seguindo em passeata. As principais reivindicações da categoria são por uma jornada de 30 horas e reajuste salarial.
Os professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) também estão mobilizados, e no dia 19 vão paralisar as aulas dando um sinal de alerta: se o governo federal não cumprir os compromissos assumidos com a categoria no ano passado – o que inclui reajuste salarial -, os professores entram em greve. A categoria vai se reunir às 15h30 em assembleia geral para definir os rumos do movimento.
Educação superior precarizada
Neste ano, a UFPR completa 100 anos de história, e não faltam comemorações e propagandas da universidade centenária feitas pela Reitoria. A realidade dos professores, entretanto, nunca é divulgada: sobrecarga de trabalho, precarização das condições de trabalho, defasagem salarial e dificuldades para a dedicação às atividades de ensino, pesquisa e extensão.
O descaso do Estado com a educação se mostra claramente com os cortes bilionários de orçamento para políticas sociais. Esse dinheiro público, que deveria ser investido em escolas e universidades, é transferido para empresas privadas.
Para fazer propaganda do “crescimento” das Universidades Federais, o governo desenvolve um processo de expansão precarizada. Ou seja: amplia o acesso à universidade, mas sem condições estruturais e de recursos humanos. O resultado disso é condições de trabalho cada vez piores para os professores e degradação das condições de ensino aos estudantes.
Muitas promessas, mas pouco investimento na educação
No ano passado, os professores da UFPR, juntamente com os servidores técnicos e estudantes, entraram em greve geral. Como resultado dessa e de outras mobilizações pelo país, o governo federal se comprometeu em promover uma reestruturação da carreira docente e um reajuste de 4% dos vencimentos até março de 2012.
Entretanto, mais uma vez, o Estado mostrou seu descaso com a educação e descumpriu todos os prazos assumidos em 2011. Frente a isso, os professores das federais estabeleceram o mês de abril como a última chance para o governo atender às reivindicações.
Saúde vai manter a pressão
Os servidores estaduais da saúde cansaram de ouvir “não” às suas reivindicações por parte da administração. Agora eles vão manter a pressão, fazendo uma manifestação no dia 19, com centenas de trabalhadores já confirmados. Eles vão fazer uma grande passeata, se concentrando na Boca Maldita a partir das 9h, para exigir o cumprimento de suas reivindicações.
Os servidores da saúde não aceitam mais o valor da GAS (gratificação de atividade de saúde) que recebem, e pedem reajuste já! Eles também lutam por reajuste no salário e exigem que a jornada diminua para 30 horas – uma questão de saúde para toda a categoria.
A luta também é pelo pagamento da progressão por tempo de serviço para os agentes de apoio e de execução. Apesar de todos terem esse direito pela Lei 13.666, de 2002, o governo só pagou para o nível universitário, de maneira injusta e discriminatória.
Outras reivindicações dos servidores são liberação das aposentadorias especiais, auxílio alimentação maior e para todos e vale transporte a todos e em dinheiro.
Todo apoio a mobilização dos professores e da saúde!
O SISMMAC manifesta seu total apoio à mobilização dos professores da UFPR e dos servidores da saúde, que estão em luta por melhores condições de trabalho. Somos solidários a esses trabalhadores que enfrentam os problemas de frente e vão às ruas em defesa de seus direitos, assim como fizemos em nossa Campanha de Lutas.
Assim como precisamos de apoio da comunidade, pais, alunos e de outros trabalhadores em nossa greve e mobilização, é fundamental que também sejamos solidários a esses trabalhadores que enfrentam diversas precariedades em seu cotidiano.
Os professores das Universidades Federais enfrentam muitos problemas parecidos com os nossos, e também sofrem com o descaso e desrespeito do Estado com a educação pública. Na nossa greve, tivemos um exemplo concreto que só a luta muda a realidade. E é só com mobilização que os professores da UFPR e servidores da saúde terão mudanças concretas em suas condições de trabalho!