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Prova Curitiba: a desculpa da avaliação para garantir o controle

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A chamada Prova Curitiba, de
iniciativa da gestão Greca, tem como objetivo ranquear os alunos da rede
municipal de ensino ao invés de avaliar os estudantes.
A própria estrutura da
comissão formada para elaborar e acompanhar a execução da Prova Curitiba já
evidencia isso: mais da metade dos 28 membros da comissão recebe alguma função
gratificada.
A comissão é composta basicamente pelas equipes da Secretaria Municipal
da Educação (SME) e dos núcleos regionais. Não há um único representante do chão
da escola no grupo.

#@txt787@#No dia 10 de abril, a secretária de
Educação, Maria Sílvia Winkeler, anunciou por meio de um documento que a prova
será aplicada nos dias 24, 25 e 27 de abril. Serão avaliados os conteúdos de
Língua Portuguesa, Matemática e Produção Textual. As turmas que serão
submetidas aos testes são os 2º, 4º 6º e 8º anos. Coincidentemente, são as
mesmas turmas que não são submetidas às avaliações federais, como a Avaliação
Nacional da Alfabetização, a Prova Brasil e também a Provinha Brasil.

O documento ainda deixar claro que em
breve serão enviadas as normas para correção e planilhamento do resultado das
provas. Na prática, isso representará uma grande demanda para as pedagogas e
demais professores, que já estão sobrecarregadas com a falta de profissionais
nas escolas.

Hoje, faltam mais de 1200 professores
nas unidades escolares de Curitiba
e os relatos de perda dos 33% de
hora-atividade são constantes.

Prova
não é avaliação

Em nossos debates a respeito da
avaliação da aprendizagem, temos acumulado e denunciado as provas
, e
principalmente os testes em larga escala que não são capazes de garantir uma análise
fidedigna da realidade das unidades e muito menos dos educandos.

Apesar da administração afirmar que
defende uma avaliação diagnóstica e emancipatória, sabemos que isso é distante
da real postura e mecanismos de controle criados pelos governos.

A Prova Curitiba, como o próprio nome
denuncia, é uma reprodução da concepção da Prova Brasil, duramente criticada
por especialistas em avaliação. A lógica do currículo seriado tal como é
apresentado em Curitiba também favorece uma concepção conteudista de educação.
A rede municipal, inclusive, não aprofundou o debate da Base Nacional Comum
Curricular, que é mais uma forma de imposição do que devem aprender os
estudantes das nossas escolas.

Embora o tema da semana pedagógica
tenha sido avaliação, isso é muito mais utilizado como desculpa para impor o
teste nas escolas do que de fato para melhorar o debate na rede municipal.

Mais uma vez, a prova se mostra como
um mecanismo de controle, não só do que os alunos conseguem reproduzir, como
também do trabalho dos professores.

Pressão
para fazer formação

Na semana passada, os professores de
diferentes núcleos regionais foram surpreendidos com uma ficha para justificar
a ausência nos cursos promovidos pela SME.

Não é à toa que esse mecanismo de
controle aparece no momento que antecede as provas. De acordo com relatos, se
os alunos das professoras que não frequentam as capacitações obtiverem notas
ruins, as profissionais do magistério serão cobradas.

A formação continuada vem sendo
questionada não só pela falta de qualidade, mas também pelo fato de hoje os
profissionais da educação estarem com salários e plano de carreira congelados.

Várias professoras participaram do primeiro momento de formação e não querem retornar
aos cursos.

Além disso, a sobrecarga com
estudantes de inclusão que não são assistidos adequadamente, falta de
corregência e adoecimento dos profissionais deixa os profissionais do
magistério cada vez mais desmotivados.

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