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Professor faz artigo para refletir a situação política e pedagógica na RME

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Calendário Escolar: seria a gota d’água?

Ronaldo de Castro

Estamos prestes a enfrentar novas mudanças na educação a nível nacional, entretanto, temos que fazer valer nosso ofício como responsáveis pela educação, e não deixar enfraquecer os principais itens de transformação. Devemos nos conscientizar da necessidade de mais estudos e reflexões, que nos levem à realidade social de cada escola para contribuirmos em um processo educacional democrático e de qualidade, sem nos perder nos caminhos da burocracia e da superficialidade no trato pedagógico que imperam na Rede Municipal de Educação.

Nós, professores, devemos refletir e criar ações para que a falta de sucesso nos meios escolares não seja apenas de responsabilidade do corpo docente, e sim do coletivo, que enfrenta diariamente a luta pela melhoria da educação e da sociedade em nosso país. Somos sujeitos de direitos, assim como nossos alunos, que superlotam as salas de aula nas escolas regulares e integrais. As escolas de período integral não se caracterizam de maneira alguma como de educação integral com qualidade, apenas dobram a jornada de estudo dos alunos e o período de trabalho de alguns profissionais, tudo isso permeado pela falta de investimento, falta de formação continuada de qualidade (não a virtual proposta pela SME), péssimas condições de trabalho, superlotação de salas de aula e muitas outras questões fundamentais que deveriam ser solucionadas para que os professores possam, efetivamente, contribuir para um processo educacional com qualidade.

Passamos por um momento de discussão (CONAE), ignorada pela SME, e somos condenados a seguir ou presenciar comandos opressores vindos de todos os níveis de hierarquia que compõe a elitizada SME de Curitiba. Infelizmente certas escolas compactuam com uma política opressora e unilateral que beneficiam poucos e oprimem muitos, colocando profissionais em situação de risco, como laudos médicos que nos afastam da sala de aula. Mas isso pouco interessa aos cargos de chefia, que corroboram com uma política educacional desvirtuada daquela pela qual temos que lutar.

O professor tem papel muito importante no processo de qualidade da educação, pois é ele que mostra ao aluno o mundo em que vivemos, cruel, injusto, desigual, e como enfrentar os preconceitos e discriminações que sofrem e sofremos periodicamente. Devemos nos mobilizar para não cair no imobilismo cômodo e aceitar a reprodução explícita de uma escola pública excludente e opressora. A comodidade é afetada quando um simples calendário escolar causa uma indignação generalizada, e daí, seria a hora para despertarmos para a real situação em que nos encontramos.

Estamos no olho do furacão, por isso temos que mostrar que uma práxis libertadora é possível e ela pode contribuir para a transformação social que tanto lutamos. Devemos acreditar também que a libertação deve ser entendida como superação de um processo de exclusão, pois esta é a consequência direta, onde milhões de homens e mulheres empobrecem porque ficam à margem do processo econômico e político idealizado pelo imperialismo dominante.

Então, como disse o grande pensador Antonio Gramsci, “Organizai-vos, porque teremos necessidade de todo a nossa inteligência, entusiasmo e força”, a hora é agora, organizando com muito entusiasmo para termos força de intervenção tanto no processo histórico, de afirmação do direito à educação, como, neste momento específico de discussão.

Ronaldo de Castro é professor no CEI Pedro Dallabona

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