Na foto, professor paulista carrega PM ferido durante a repressão ao movimento grevista
Até hoje o ex-governador Álvaro Dias paga por ter usado a Polícia Militar para reprimir manifestação de professores em greve, em 30 de agosto de 1988. Nesta sexta-feira, 26 de março, o governador de São Paulo José Serra (PSDB) usou a mesma prática autoritária contra professores daquele estado, em greve desde 8 de março.
Como o sindicato da categoria já havia protocolado quatro pedidos de audiência para negociação, sem sucesso, convocou os professores estaduais para assembleia e manifestação na frente do Palácio dos Bandeirantes, no bairro do Morumbi, na capital paulista. José Serra fugiu. Preferiu viajar em pré-campanha eleitoral para presidente.
Diversos ônibus que saíram de cidades do interior tiveram dificuldades para chegar a São Paulo. Foram parados no caminho para demoradas “revistas”, que acabou por atrasar a manifestação.
Um grupo de professores foi até o palácio, para reunião que haveria com o secretário chefe da Casa Civil. O encontro, no entanto, acabou cancelado pelo governo.
A confusão começou quando a Polícia Militar começou a avançar o cordão de isolamento feito para afastar os manifestantes do palácio. O clima ficou tenso e a PM atacou os professores com gás de pimenta, bombas ditas de efeito moral e balas de borracha. Muita gente ficou ferida ou desmaiou. O vice-presidente da CUT-SP, Carlos Ramiro de Castro foi ferido na testa quando tentava negociar com a PM.
Os manifestantes recuaram para os arredores do Estádio do Morumbi para tentar continuar a assembleia. Mesmo assim a repressão continuou. Primeiro, com voos rasantes de helicóptero. Depois, espalhando gás. Professores também denunciaram que um policial colocou fogo num carro.
Com informações da Rede Brasil Atual
Foto de Clayton de Souza – Agência Estado
